Ademir e Túlio eram ótimos nadadores e logo conseguiram tirar Karina e Vitória da água. Ademir segurou Vitória em seus braços, dando leves tapas em seu rosto enquanto a chamava:
— Vitória, Vitória, você está bem?
Vitória cuspiu um jato de água e, aos poucos, recobrou a consciência. Se agarrando ao Ademir, começou a chorar desesperada:
— Ademir! Eu fiquei tão assustada!
Mas a situação de Karina era bem mais grave.
— Karina, Karina? — Túlio chamava, segurando Karina, mas ela não recobrava a consciência. Ele a deitou no chão, seu coração batendo acelerado. — Karina, eu não queria que isso acontecesse, me desculpa...
Enquanto falava, Túlio inclinou a cabeça, angustiado. Mas antes que pudesse fazer mais alguma coisa, sentiu uma forte pressão em seu ombro. Surpreso, levantou os olhos e viu que era Ademir.
— Sr. Ademir?
— Saia da frente!
Ademir falou com poucas palavras, mas o tom deixava claro que não estava para brincadeiras. Seus olhos escondiam uma tempestade de emoções que ninguém conseguia decifrar.
Com um movimento rápido, Ademir empurrou Túlio para o lado e se ajoelhou ao lado de Karina, segurando seu nariz e boca.
Em seguida, se inclinou e uniu seus lábios aos de Karina, aplicando respirações boca a boca.
O silêncio tomou conta do lugar.
Vitória ficou boquiaberta, chocada com o que via.
"O que eles estão fazendo?"
Túlio, ainda atordoado, observava a cena, incapaz de processar tudo o que estava acontecendo.
Ademir, percebendo que Karina ainda não respondia, repetiu os movimentos várias vezes, sem desistir. Seu rosto começou a ficar pálido, a tensão evidente.
Em seu íntimo, Ademir pensava: "Karina, você precisa acordar agora! Senão, vamos nos divorciar! Não me importa qual seja o motivo!"
Como se tivesse ouvido a ameaça silenciosa de Ademir, Karina franziu levemente a testa e, lentamente, abriu os olhos. Sua visão, inicialmente turva, começou a clarear.
Confusa, Karina olhou para o homem à sua frente, todo encharcado, com gotas de água ainda escorrendo pelo cabelo.
— Ademir?
No segundo seguinte, ela foi envolvida pelos braços fortes dele.
Ademir assentiu, agradecido, e pediu para alguém acompanhar o médico até a saída.
Depois de tudo o que aconteceu, Ademir se sentia exausto. Ele entrou no quarto onde Karina dormia profundamente e, vendo que ela estava bem, decidiu não perturbá-la.
Silenciosamente, ele saiu do quarto.
Do lado de fora, a família Costa e Túlio aguardavam ansiosamente.
— Sr. Ademir! — Eunice foi a primeira a se aproximar, com um tom acusatório na voz. — O senhor não acha que nos deve uma explicação? Você é um homem casado, e nossa Vitória já sofreu o bastante! Agora, depois do que aconteceu, você a humilha na frente de todos! Como espera que a Vitória continue vivendo depois disso?
Eunice começou a chorar, agarrando Vitória em busca de conforto.
— Minha pobre filha!
— Mãe. — Vitória, com os olhos inchados de tanto chorar, olhou para Ademir com tristeza. — Eu acredito que o Ademir tem uma razão para tudo isso. Ele jamais faria algo para me machucar, não é, Ademir?
A voz de Ademir, fria e carregada de cansaço, soou lenta e firme:
— Eu vou te explicar isso em particular.
— Está bem. — Vitória respondeu docilmente, segurando o braço de Ademir. — Vamos para outro lugar conversar, então.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
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