Desde que surgiu a suspeita, Enzo e os outros haviam investigado o mercado negro. Contudo, o mercado negro não era como os mercados comuns, lá estavam apenas pessoas sem nome ou afiliações organizadas. A investigação, portanto, se tornava ainda mais difícil.
Às vezes, quanto mais discretos eram os crimes, mais difícil era encontrá-los.
No entanto, isso também poderia indicar que não se tratava de pessoas do País G. Mas não se podia excluir a possibilidade de que o método fosse uma estratégia deliberada de lá.
Ademir não queria que ela pensasse demais sobre isso:
— Não se preocupe com isso, não pergunte mais nada. Apenas se concentre em descansar e cuidar do bebê.
Ele fazia isso por ela, e Karina compreendia.
Ela assentiu com a cabeça:
— Eu acredito que, quem comete maldades, não conseguirá escapar impune.
Ela não gostava de Vitória, mas isso não significava que iria se colocar ao lado de quem fazia o mal. Ela ainda mantinha o senso de moralidade normal.
Karina mordeu os lábios e disse:
— Em relação a ela, faça o que achar que deve fazer.
Como ele mesmo havia dito antes: se abandonasse Vitória e não fizesse nada, ele ainda poderia se considerar um homem?
— Karina? — Ademir a olhou fixamente por um momento e se inclinou para abraçá-la.
Havia muitas coisas que ele queria dizer, mas, quando estavam prestes a sair de sua boca, apenas uma palavra saiu:
— Obrigado, obrigado por tudo.
Obrigado por ela entender.
Obrigado por ela aceitar.
Obrigado pela confiança dela.
Karina o abraçou de volta, recebendo seus agradecimentos.
Em silêncio, pensava consigo mesma. "Espero que você não me decepcione, nem a minha compreensão, nem a minha confiança."
Quando estavam quase chegando à porta do quarto, Karina parou.
— Karina? — Ademir ficou surpreso e olhou para ela, abaixando a cabeça. — Por que não vai mais?
— Sai! — Um travesseiro voou em sua direção, e Vitória gritou com raiva. — Eu disse que não vou me tratar! Não vou tratar...
Mas não terminou a frase, pois ao ver quem estava ali, seu olhar se suavizou.
Ele havia chegado.
Os olhos de Vitória se encheram de lágrimas, e ela falou, chorando:
— Ademir, você veio.
— Sim. — Ademir olhou rapidamente para a bagunça do quarto e deu dois passos à frente. — Vou pedir para a enfermeira limpar, você precisa começar o tratamento.
— Não... — Ela estendeu a mão e segurou a dele. — Ademir, eu não quero mais me tratar, não tem mais jeito, eu já virei um peso!
— Não vai ser assim. — Ademir franziu a testa. — O médico só vai trocar o medicamento, precisamos deixar a ferida cicatrizar primeiro, depois pensaremos no que fazer. Você precisa se acalmar e cooperar, se não, a ferida vai demorar mais para sarar.
— Eu sei. — Vitória assentiu. — Eu estava pensando errado. Com você aqui, não tenho medo. Você vai dar um jeito em tudo.
Ademir era como um remédio eficaz; as palavras dos médicos e enfermeiros não tinham o mesmo efeito que os poucos conselhos dele.
— Agora sim, é assim que se deve pensar. — Ademir se abaixou e apertou o botão de interfone ao lado da cama.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...