Ele disse isso, e Karina se sentiu ainda mais constrangida.
Por que ele precisava que Karina fizesse essas coisas para ele?
Será que o Sr. Ademir não tinha quem preparasse remédios para aquele homem? Se fosse uma questão de dinheiro, muitas pessoas estariam dispostas a ir até o escritório dele para fazer o mesmo.
Karina, sem saber o que fazer, respondeu:
— Não precisa que eu faça isso...
Ademir arqueou uma sobrancelha. Será que Karina estava pensando demais?
Ele fez um gesto fingindo estar irritado e disse:
— Você diz uma coisa e logo se arrepende?
Karina ficou sem saber o que pensar. Será que ele queria que ela preparasse o remédio ou não?
— O que eu queria dizer... — Ademir levantou a cabeça, com um sorriso nos lábios. — Pedir ao Bruno para correr para lá e para cá é um incômodo. Melhor eu ir até você, não é?
Karina ficou surpresa. Ele mesmo viria? Três vezes por dia? Isso não seria ainda mais inconveniente?
— Eu me lembro que a medicina tradicional chinesa tem o efeito máximo logo após o preparo, quando o remédio ainda está fresco. — Ademir arqueou uma sobrancelha. — Não é?
— Sim. — Karina assentiu. — Teoricamente, é isso mesmo. Mas, se for de carro, não demora tanto tempo. Você vir até aqui ficaria bem mais complicado...
— Não tem problema. — Ademir sorriu, ainda insistindo. — Quando se trata de sarar, quem se importa com o incômodo? Eu sou uma pessoa que realmente valoriza a minha vida. Não quero morrer jovem.
Karina não conseguiu segurar o riso.
Olhou para ele com um sorriso de leve deboche e disse:
— Fica fazendo essas piadas o tempo todo. Você só fala coisas de azar. Isso é só um probleminha pequeno, basta cuidar da saúde.
Ademir deu uma risadinha baixa e, chegando mais perto, sussurrou em seu ouvido:
— Então, cuida de mim.
...
Após aceitar a tarefa de preparar o remédio, Karina foi até o mercado e comprou um pote adequado para ferver as ervas.
Na noite anterior, ela o deixou de molho em água e o ferventeu.
Na verdade, o ideal seria usar um pote que tivesse sido previamente imerso em ervas e fervido, mas como ela não tinha essa possibilidade, teve que improvisar.
No dia seguinte, bem cedo, ela acordou com o alarme.
As ervas já haviam sido previamente de molho, então bastava colocar o pote no fogo e ligar o fogo.
Quando começasse a ferver, ela reduziria para fogo baixo.
Com o fogo bem controlado, não era necessário ficar vigiando o tempo todo.
Na realidade, não era tão complicado.
Já passava das oito horas quando Ademir chegou, trazendo também o café da manhã.
— Você já comeu? — Karina o convidou para entrar.
Obedecendo, o homem abriu a boca:
— Ah...
Ela colocou algo pequeno em sua boca.
Ademir franziu a testa e perguntou:
— O que foi isso que você me jogou?
— Açúcar. — Karina respondeu com um sorriso travesso. — Para suavizar o gosto do remédio.
— Tão bom assim?
Ademir deixou o açúcar derreter na boca, mas não conseguiu esconder a expressão de desconforto.
Ele não gostava de coisas amargas, nem de coisas doces.
Tomou a dose de remédio e acabou experimentando os dois sabores. Não tinha escolha, afinal, foi Karina quem preparou.
— Está doce? Ou ainda está amargo? — Karina o observava com atenção.
Ademir não pôde evitar o sorriso e balançou a cabeça:
— Não está amargo, está doce.
— Eu sabia que estava doce. — Karina sorriu, satisfeita. — Da próxima vez que você tomar remédio, vai ter uma recompensa assim de novo.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
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