Vitória viu a mesa posta, com duas configurações de talheres, dispostas uma de frente para a outra.
— Isto é... Tem mais alguém vindo?
Ademir não sabia que ela viria, então, provavelmente, isso não foi preparado para ela.
De repente, Ademir sentiu uma inexplicável inquietação no fundo do seu coração.
Mas ainda assim disse:
— Eu ia jantar com o Júlio, mas ele teve um imprevisto e não pôde vir.
Vitória suspirou de alívio.
Por um instante, ela quase suspeitou que Ademir estivesse com outra mulher, mas como isso seria possível? Afinal, era só o Júlio.
Vitória puxou uma cadeira:
— Jantar sozinho é tão chato, né? Vou te fazer companhia. — Ao ver que Ademir ainda estava parado, ela insistiu de forma manhosa. — Senta logo!
Ademir concordou, mas parecia que seus pés estavam pesados demais para se mover.
Ao se sentar, Vitória notou a pintura encostada na parede. Não era aquela a pintura que Ademir comprou na exposição hoje?
Ele disse que era um presente para alguém, mas a deixou ali. Para quem será que ele pretendia dar?
Vitória sentiu uma grande curiosidade, mas não ousou perguntar.
"Isso está errado, muito errado", pensou ela.
...
No banheiro, Karina estava entediada, mexendo no celular.
O grupo de bate-papo dos estagiários do setor estava bastante animado.
Os médicos e enfermeiros de plantão naquela noite estavam combinando de sair para jantarem juntos.
Lourenço mandou uma mensagem:
[O que vamos comer à noite?]
Helena respondeu:
[Vamos ao refeitório? Eu posso buscar a comida. Quantas marmitas vocês querem?]
Todos começaram a responder:
[Comer no refeitório? Vamos ficar de plantão a noite toda, vamos comer algo melhor!]
[Então vamos comer peixe com repolho em conserva e depois churrasco.]
[Certo, qual o lugar mais gostoso?]
Karina observava silenciosamente as mensagens quando decidiu enviar uma sugestão:
[Aquele restaurante na Rua Wenchang é bem bom.]
Quando morava com Patrícia, as duas costumavam frequentar esse restaurante.
Lourenço mandou outra mensagem:
Ela rapidamente levantou a mão para cobrir os olhos, ainda não acostumada à luz forte.
Depois de um momento, Karina baixou a mão e viu Ademir sorrindo de leve:
— Sua namorada foi embora? Você não a acompanhou?
— O motorista a levou, é mais conveniente. — Respondeu Ademir com a voz grave, suas sobrancelhas espessas ligeiramente franzidas.
Karina entendeu. Vitória era uma celebridade, e com o namorado sendo Ademir, muitas vezes realmente não era conveniente.
Ela se levantou, mas como estava sentada em uma posição baixa por muito tempo, suas pernas estavam dormentes. Ao tentar se levantar, Karina cambaleou.
— Cuidado!
Ademir estendeu o braço e a segurou pela cintura, com uma expressão nada agradável.
— Eu estou bem. — Karina rapidamente se desvencilhou dele. — Posso sair agora? Estou quase morrendo de fome.
— Pare aí! — Ademir a segurou pelo pulso e gritou. — Karina, quantos anos você tem? Não sabe falar direito?
O que ela tinha dito? Karina não entendeu.
— Você sempre fala em morrer! — Ademir estava furioso. — Você não se preocupa consigo mesma e nem com a vida que carrega no seu ventre?
As palavras de Ademir deixaram Karina paralisada. Se ele não tivesse mencionado, ela teria esquecido completamente o pequeno ser dentro dela.
Karina, com um pouco de culpa, respondeu:
— Obrigada por se preocupar comigo. Vou cuidar melhor do meu corpo da próxima vez.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...