Enquanto visitava a exposição de arte, Vitória percebeu que o humor de Ademir não estava dos melhores.
Ademir olhava para os quadros, mas o que realmente surgia diante de seus olhos era a imagem de Karina, sorrindo enquanto se virava.
Karina realmente não se importava.
— Ademir. — A mão que estava enlaçada no braço de Vitória se mexeu, trazendo Ademir de volta à realidade. Vitória o olhava com uma expressão um tanto magoada. — Você está pensando no trabalho? Ou é o ferimento que está te incomodando?
— Não, não é isso.
O que estava incomodando Ademir?
Karina não se importava, e não era assim que deveria ser? Ela era apenas sua esposa no papel, não sua esposa de verdade.
Na verdade, nem mesmo esse título de esposa duraria muito tempo.
A mulher à sua frente era quem passaria o resto da vida ao seu lado.
— Eu estava apenas concentrado nos quadros. — Ademir respondeu, quase automaticamente, e então, carinhoso, perguntou à namorada. — Você viu alguma pintura de que gostou? Se gostar, podemos comprar.
Vitória esboçou um sorriso forçado, desconfortavelmente tocando o pescoço:
— Vamos olhar mais um pouco, ainda não vi nenhuma que me chamou a atenção.
Na verdade, ela não tinha o menor interesse em arte.
Comprar para quê?
Para Vitória, essas pinturas não tinham nem de longe o apelo que joias ou bolsas tinham.
Ademir a observou por um instante, seus olhos escuros fixos nela:
— Tudo bem, vamos continuar olhando.
Quem era ele?
O astuto Ademir sabia muito bem que Vitória não entendia de arte, tampouco gostava de pinturas.
Desde que entraram, o olhar dela era disperso.
Ela não gostava, e isso não era um problema, afinal, cada pessoa tinha suas preferências.
Mas o que ele não entendia era por que, se ela não gostava, ela o convidou para vir?
O humor, que já não era dos melhores, piorou ao pensar nisso.
Ademir estava prestes a sugerir que fossem embora se ela não estivesse gostando.
Mas, de repente, algo no canto de seu olho chamou sua atenção...
Ele então começou a andar diretamente em direção a algum lugar.
Vitória, intrigada, perguntou:
— Ademir?
Vitória se apressou a segui-lo.
Ademir parou diante de uma pintura de paisagem.
Ele se lembrou de que Karina sabia pintar.
"Aquela vez com a pulseira, a Karina ficou chateada e, no final, nem consegui dar o presente a ela. Será que ela gostaria dessa pintura? Vou comprar, só para garantir."
No entanto, viu que Ademir balançava a cabeça novamente:
— Não é necessário. Coloque no meu porta-malas. Eu a levarei comigo.
— Claro, Sr. Ademir.
O sorriso de Vitória congelou instantaneamente.
"A pintura não é para mim? Para quem ele vai dar?"
Dada a situação atual deles, Vitória reprimiu sua dúvida, mas não conseguiu evitar uma sensação estranha e indefinida que tomou conta de seu coração.
Depois de visitarem a exposição, Vitória ainda tinha gravações à noite, então Ademir a deixou no set de filmagens antes de voltar para o hospital.
Na entrada do quarto, Ademir encontrou Karina.
Ela havia saído do trabalho, não estava mais usando o uniforme. Usava uma calça de comprimento médio e uma camisa branca com o logotipo da Universidade J. Seus longos cabelos estavam presos de maneira despretensiosa, dando-lhe uma aparência simples e fresca.
— Você já saiu do trabalho? — Ademir a cumprimentou espontaneamente.
Karina parou por um instante e sorriu:
— Sim.
O homem falou em um tom suave, mas com uma leve hesitação:
— Que tal jantarmos juntos esta noite?
Karina piscou, ela ouviu claramente, mas não entendeu o que Ademir queria dizer.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...