— O que você está fazendo? — Karina ficou extremamente surpresa, ainda segurando o saco de gelo contra a bochecha.
O rosto de Ademir, de traços perfeitos, estava tomado por uma expressão fria e distante. Ele falou lentamente:
— Não aceito que você pegue dinheiro de outras pessoas! Eu não te dei um cartão? Está sem dinheiro?
Karina ficou sem palavras. Nunca imaginaria que toda a raiva de Ademir fosse apenas para dizer algo assim.
Até a paciência dela tinha limites.
Com a mão livre, Karina empurrou Ademir e disse irritada:
— Saia do meu quarto! Não quero te ver! Eu quero dormir!
Mas Ademir continuou imóvel.
— Você... — Karina revirou os olhos, claramente sem paciência, olhando para ele com aqueles olhos grandes e expressivos.
Para a surpresa de Ademir, ele viu naquela expressão uma pitada de birra.
Foi então que ele reparou no saco de gelo sobre o rosto dela.
De repente, se lembrou de que Karina tinha levado um tapa de Eunice mais cedo naquele dia!
Ademir segurou o pulso dela, e sua voz, normalmente firme, soou um pouco mais suave, cheia de preocupação:
— A Eunice bateu tão forte assim? Me deixe ver se seu rosto está muito inchado.
Karina ficou ainda mais surpresa e, irritada, empurrou ele com ambas as mãos:
— Eu já te mandei sair! Vai embora!
Porém, suas mãos foram rapidamente contidas por Ademir, que a segurou com firmeza, quase como se fosse um brinquedo, imobilizada em suas mãos fortes.
Com uma mão, ele a manteve sob controle, enquanto com a outra afastou os fios de cabelo que caíam sobre sua bochecha.
O lado esquerdo do rosto de Karina estava vermelho e inchado, com as marcas de cinco dedos claramente visíveis.
Eunice realmente tinha batido com força!
Karina, ainda presa, ficou furiosa. Pulou da cama, gritando:
— Você gosta tanto daqui, não é? Ótimo! O quarto é seu, a cama também, eu vou sair!
— Não se mexa!
Ademir rapidamente estendeu os braços, envolvendo-os ao redor dela como se estivesse levantando uma criança, e a ergueu no ar.
Os olhos de Karina se arregalaram enquanto ele a colocava suavemente de volta na cama.
— Fique quieta. — A voz de Ademir estava tensa, como se lutasse contra a própria irritação. Ele a encarou por um momento. — Eu vou sair.
E, sem dizer mais nada, saiu do quarto.
Karina ficou atônita, murmurando para si mesma:
— O que foi isso? Que esquisito!
Quando finalmente se deitou para dormir, o som da chuva batendo na janela a acompanhou. Estava chovendo lá fora.
...
Ademir desceu as escadas e encontrou Rui ainda observando as empregadas terminarem de arrumar a cozinha, sem ter ido descansar.
— Rui.
— Sr. Ademir. — Rui respondeu rapidamente. — Aconteceu algo?
Ademir assentiu e perguntou:
— Lembro que antes usei um remédio para contusões e machucados. Acho que também pode ser usado para o rosto, depois de uma pancada.
— Ainda temos. — Rui acenou afirmativamente. — Precisa dele? Posso buscar agora mesmo.
— Agradeço, Rui.
— Não é incômodo algum.
Rui voltou pouco tempo depois, mas com uma expressão de arrependimento.
— Infelizmente, o remédio que tínhamos está fora da validade... Não podemos usar um medicamento vencido na Karina, especialmente porque ela está grávida.
Ademir franziu a testa, ponderando por um momento, antes de decidir:
— Vou sair para comprar então.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...