Eu levantei a cabeça e vi um policial totalmente armado; parecia alguém que eu tinha visto ao lado de Alexandre.
Assenti vagamente, então alguém puxou meus dedos, libertando a Inês de meus braços.
Inês olhava fixamente para uma direção, emitindo sons de soluço.
Instintivamente, olhei na mesma direção, apenas para ver um mar de sangue...
Meu coração disparou quando pensei nos tiros que acabara de ver e, em seguida, olhei para dois policiais que bloqueavam o caminho.
"Tio Gustavo, tio Gustavo!"
Algo me atingiu, e eu tropecei, correndo naquela direção, mas os policiais me impediram.
Gustavo já estava caído numa poça de sangue, suas roupas um tanto cinzentas agora tingidas de vermelho e perfuradas por vários buracos.
André, por outro lado, havia sido baleado na cabeça e estava deitado de costas, morto.
Gustavo sorriu para mim, estendendo a mão em minha direção.
Inês, desesperada, atirou-se em sua direção, "Pai, pai! Você não pode morrer!"
"Tivemos tão pouco tempo juntos, você não pode morrer, não pode!"
"Pai, com a mãe morta, você é tudo o que eu tenho, você não pode morrer!"
Ela tenta desesperadamente abraçar o Gustavo, mas acabou sendo afastada.
"Mantenha a calma, estamos tentando salvar seu pai."
"Por favor, não atrapalhe o resgate. Mantenha a calma, eles estão tentando salvar seu pai!"
Mas Inês continuava lutando desesperadamente para se aproximar de Gustavo, não importava o que os policiais dissessem.
Eu me aproximei e a abracei fortemente.
"Inês, deixe que eles façam o resgate primeiro!"
Gritei com quase toda a minha força, e só então os movimentos de Inês pararam.
Ao ver Gustavo sendo levado para a ambulância, ela se virou e me abraçou forte.
"Irmã Mia, papai, papai..."
Suas lágrimas encharcaram meu ombro.
Engoli em seco, lembrando-me da aparência de Gustavo momentos antes, e bati em suas costas.
"Vamos para a ambulância, rápido."
Seus olhos estavam fixos em mim, sua mão estendida na minha direção.
Eu estendi a mão, segurei seus dedos e acenei com a cabeça firmemente.
"Tio Gustavo, fique tranquilo, eu cuidarei da Inês, ela é como uma irmã para mim."
Ele sorriu, com sangue escorrendo pelo canto da boca, e então fechou os olhos lentamente.
"Papai!"
Os gritos de Inês soaram e os paramédicos começaram os primeiros socorros novamente, mas eu sabia que era inútil.
Eu o soltei gentilmente e a mão de Gustavo caiu.
Inês continuava chamando pelo pai, mas não houve resposta.
Eu a abracei firmemente, lágrimas e ranho escorrendo.
Não ousei chorar em voz alta, só podia ficar em silêncio ao lado de Inês; alguém precisava manter a calma nessa hora.
De agora em diante, seria apenas nós duas, dependentes uma da outra.
Nos tornamos órfãs neste mundo, sem mais ninguém.
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