Benícia caminhava lentamente em minha direção, ainda com um sorriso no canto dos lábios, o que me causava um arrepio na espinha.
Antes, eu apenas a considerava doce e encantadora, agora percebia quão aterrorizante ela poderia ser.
“Ah, Noémia, não disseste que virias ao hospital ver o bebê?”
“Noémia? Estás internada novamente? Tua saúde realmente deixa a desejar, o que aconteceu desta vez? Machucaste-te?”
Sua voz era suave, sempre com um sorriso.
Qualquer um que a visse não pensaria que havia algo errado, parecia genuinamente preocupada comigo.
Mas, lembrando-me do ocorrido de ontem, não pude deixar de associar aquela van a ela.
A mera ideia de que ela pudesse ter me drogado me fazia estremecer, instintivamente dei um passo para trás.
Essas pessoas que sorriem enquanto planejam o mal são as mais perigosas, nunca se sabe quando realmente poderão tirar-lhe a vida.
Luisa, sentindo um calafrio, prontamente se colocou à minha frente.
“O que queres?”
Ela estava visivelmente em alerta, o que imediatamente suscitou a desconfiança de Tomás.
Ele não disse nada, mas seu olhar para nós carregava um significado profundo.
Eu sabia que ele investigaria o assunto.
Isso até que era bom, pois se houvesse realmente algo, com ele à frente, eu estaria mais segura.
Talvez, por ele ser tão bom para mim, ele deveria me manter distante, assim Benícia naturalmente pararia de me incomodar.
“Eu, eu só queria perguntar sobre a situação da Noémia, talvez, talvez estejas a reagir de forma exagerada?”
Benícia se aproximou de Tomás, com um ar de medo.
Eu apenas torci o nariz, sem vontade de continuar com essa encenação.
“Tomás, minha saúde não está bem, os trabalhos futuros serão coordenados pelos colegas.”
“Não precisas me informar sobre reuniões, basta que a Carla me procure se necessário, vou embora agora.”
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após Minha Morte, Aprendendo a Viver Bem
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...
1...