Ele tinha que subir as escadas, mas Ariela segurou-o, impedindo-o de ir.
"Vitorino, por que não aceita minha proposta? Por que nós três temos que sofrer juntamente?"
Vitorino virou-se lentamente, olhando-a com um olhar frio.
Frio como se fosse congelar.
"Dor? Não estou sentindo."
Ele soltou a mão dela sem piedade.
Ariela ficou desesperada.
"Seu idiota."
Ela observou, com os olhos arregalados, a silhueta dele desaparecer na curva da escada.
Ela entendeu.
Ele queria vê-la ansiosa e triste.
Sempre que Elodie o procurava, ele não se esquivava.
Por causa do seu ultimato para casar.
Ele estava se vingando dela?
Ficando com Elodie, deixando-a engravidar.
E não se divorciando dela.
Ariela pegou o celular e, vestindo pouca roupa, correu para o frio cortante.
O empregado subiu as escadas para informar Vitorino.
"A senhora foi embora."
Desta vez, Vitorino não impediu.
Vitorino organizou uma reunião de negócios.
O local era um restaurante sofisticado na cidade de Bela.
Ele estava localizado no 41º andar de um edifício icônico no centro da cidade.
Grandes janelas do chão ao teto ofereciam uma vista noturna de toda a cidade de Bela.
Vitorino, no segundo andar do restaurante, sentado em um sofá de estilo inglês, emanava uma aura de distinção.
Corina estava vestida de forma provocante, captando a atenção do interlocutor que, de vez em quando, deixava seu olhar deslizar sobre ela.
"Sr. Silva, este é o plano da nossa empresa para a produção em massa de DM. Dê uma olhada, por favor."
Conforme seus braços alvos se levantavam, a melodia que fluía das teclas parecia a voz dos anjos.
Adicionando um toque de arte ao já luxuoso hotel.
Corina estava a poucos passos do pianista.
Quando o pianista levantou os olhos para ver a partitura, Corina parou.
Era Ariela.
Vitorino, lá em cima, também a viu.
Ele não ouviu nada do que Alexandre disse.
Seu olhar estava fixo naquela mulher familiar, mas estranha, sem conseguir desviar os olhos.
Ao final da música, numa mesa de canto perto da janela.
Aplausos soaram.
Ariela se levantou, com as bochechas levemente avermelhadas.
"Dr. Barreto, me desculpe, enquanto eu estava esperando, não resisti a tocar uma música de improviso. Desculpe-me por isso."
Ariela não tocou piano há anos, desde que se casou com Vitorino.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...