Atílio chegou em casa, como sempre apenas Amélia ali preocupada com o que ele sentia e com tudo o que se passava em seu coração ferido.
– Matilde disse que não poderá mais trabalhar aqui em nossa casa, que conseguiu um trabalho na enfermaria da cidade. – Amélia comunicou a Atílio.
– Não me importo, essa casa está vazia e você já não precisa de tanta ajuda. – Atílio respondeu bem entristecido.
– Tenha esperança filho.
– Hoje à noite irei falar com Raul e me tornar noivo de Celina oficialmente, depois que eu fizer isso não haverá mais como desistir.
– Eu fico me perguntando se essa é a solução para tudo. Guadalupe já sabe disso? – Amélia perguntou.
– Sabe e também vai se casar com Igor em poucos dias. – Atílio revelou com um semblante triste.
– Não reconheço Lupe, sendo assim é melhor que se case mesmo e tente amar Celina.
As horas passaram rapidamente, ele tomou um banho e se arrumou para ir e antes de sair encontrou-se com Sebastião que mesmo em pleno domingo, tinha ido ajudar no parto de uma das vacas.
– Deu tudo certo? – Atílio perguntou.
– Sim senhor, temos um belo e saudável bezerro.
– Tudo seria bem diferente se a esposa daquele homem estivesse viva Sebastião. – Atílio disse isso e imaginava como tudo seria se a esposa de Igor estivesse viva.
– Não lamente, o senhor merece ser feliz Atílio.
– Estou indo cuidar disso agora mesmo.
– Então boa sorte! – Sebastião deu um tapinha no braço do patrão e o viu se afastar.
Atílio
Entrei no carro suspirei fundo e pouco tempo depois cheguei na frente da casa do meu tio.
– Entre filho. – Mabel abriu a porta para Atílio.
– Com licença.
Celina assim que ouviu a minha voz desceu as escadas sorrindo, se algo em tudo isso me consolava era pelo menos vê-la feliz.
– Venha meu amor, vamos jantar. Papai já está nos esperando! – Celina me puxou pela mão e fomos até lá.
Meu tio sempre com aquela expressão tão rabugenta e desde jovem me lembro dele assim, acenou com a cabeça para nos sentarmos. As empregadas serviram o jantar, a comida mal me descia pela garganta e eu não tinha qualquer fome nem vontade de estar aqui.
– Leandro nos deu notícias, voltou a estudar advocacia e até conheceu uma moça por lá. – Celina disse sorrindo e limpando os lábios delicadamente com o guardanapo.
– Fico feliz por ele. – Respondi prontamente.
– Como pode ver, meu filho tomou jeito na vida e espero fazer o mesmo por Celina e sei que no passado os dois se gostaram. – Raul deixou bem claro que não aceitaria que a filha sofresse por amor.
– Não fale em coisas do passado, estamos aqui para acertar o futuro dos dois. – Mabel aconselhou e temia que Raul tocasse em assuntos mais íntimos sobre Atílio e a filha.
– Desde que nesse futuro, Atílio não abandone nossa filha para ir atrás daquela cega estúpida.
– Não tem por que ofendê-la tia! – Respondeu Atílio irritado.
– Como eu te adverti, esse homem ainda ama a mulher que o abandonou. – Raul se irrita ainda mais e Atílio tenta se explicar.
– Celina sabe disso, mas está disposta a me ajudar a superar essa dor.
– Sim pai, Atílio não está me enganando ou iludindo. Eu entendo que ainda ama Guadalupe e isso não importa, pois sei que iremos construir um amor juntos.
– Se querem minha benção para cometer esse erro, esqueçam! – Raul se recusa e Mabel insiste.
– Por favor Raul, nossa filha só quer uma chance de tentar buscar a felicidade dela. Não seja tão duro e aceite de uma vez, antes que eles façam escondido.
Raul respirou fundo, era uma guerra perdida e era melhor casar Celina de uma vez e se livrar do problema.
– Eu dou permissão. – Raul toma aquela decisão sob pressão de todos, Celina sorriu e ficou transbordando de alegria. – Mas com a condição de que me dê aqui, a sua palavra de homem Atílio.
– Fico feliz, vi como ele saiu daqui de coração arrasado por Luíza. – Amélia sorriu, pois torcia pela felicidade de Leandro.
– Por culpa dele mesmo, não como eu que estou sofrendo sem ter feito nada de errado.
Jamile e Gabriel estavam mais apaixonados do que nunca e planejavam aumentar a família em breve. Ela e Luíza estavam cada vez mais engajadas no cuidado com as crianças da vila.
– Professoras, com licença. Precisam me ajudar a encontrar alguém que fique com esse pobre menino. – Diane era uma moça da vila, humilde e parecia desesperada.
Ela estava com uma criança no colo, um garotinho de pouco mais de um ano de vida.
– O que aconteceu com os pais dele? – Jamile perguntou e Diane prontamente respondeu.
– A mãe é uma mocinha muito pobre e não tem mais condições de cuidar dele.
– E o pai? – Luíza perguntou olhando para ele, estava vestido com roupas imundas e parecia até estar faminto.
– Fugiu para a cidade a dias para viver com outra mulher. – Diane ficou constrangida ao responder.
– Pobre menino! – Luíza se compadeceu e Jamile ainda mais.
– Me dê ele, Gabriel e eu vamos cuidar desse menino. Como ele se chama?
– Héctor. – Diane responde respirando aliviada, por dar um destino melhor a ele.
Diane o entregou e foi embora sem olhar para trás, sabia que Jamile era filha de um homem rico e podia dar amor e todos os cuidados para aquele menino.
– E se meu irmão não concordar em ficar com ele? – Luíza pergunta para Jamile.
– Aí ele vai estar comprando uma batalha perdida. – O menino se aconchegou nos braços de Jamile.
– Ele gostou de você. – Luíza sorriu vendo a amiga dar carinho para aquele garoto.
– Vou te dar uma vida de príncipe pequeno, meu pai vai adorar o novo neto. – Jamile o abraçou forte e naquele momento ela entendeu um pouco do que Lupe sentia e Luíza também sentiria, em alguns meses.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Além do horizonte
Não gostei,ele trapaceou e forçou o pai a vender ela pra ele usando de chantagens,e ainda falou consigo mesmo;é mais uma mulher na minha "coleção",detesto homem assim.......
Amei este livro,super indico a leitura.Parabéns à autora Paula Tekila.Super emocionante :)🥰...