Além do horizonte romance Capítulo 45

Atílio chegou em casa, como sempre apenas Amélia ali preocupada com o que ele sentia e com tudo o que se passava em seu coração ferido.

– Matilde disse que não poderá mais trabalhar aqui em nossa casa, que conseguiu um trabalho na enfermaria da cidade. – Amélia comunicou a Atílio.

– Não me importo, essa casa está vazia e você já não precisa de tanta ajuda. – Atílio respondeu bem entristecido.

– Tenha esperança filho.

– Hoje à noite irei falar com Raul e me tornar noivo de Celina oficialmente, depois que eu fizer isso não haverá mais como desistir.

– Eu fico me perguntando se essa é a solução para tudo. Guadalupe já sabe disso? – Amélia perguntou.

– Sabe e também vai se casar com Igor em poucos dias. – Atílio revelou com um semblante triste.

– Não reconheço Lupe, sendo assim é melhor que se case mesmo e tente amar Celina.

As horas passaram rapidamente, ele tomou um banho e se arrumou para ir e antes de sair encontrou-se com Sebastião que mesmo em pleno domingo, tinha ido ajudar no parto de uma das vacas.

– Deu tudo certo? – Atílio perguntou.

– Sim senhor, temos um belo e saudável bezerro.

– Tudo seria bem diferente se a esposa daquele homem estivesse viva Sebastião. – Atílio disse isso e imaginava como tudo seria se a esposa de Igor estivesse viva.

– Não lamente, o senhor merece ser feliz Atílio.

– Estou indo cuidar disso agora mesmo.

– Então boa sorte! – Sebastião deu um tapinha no braço do patrão e o viu se afastar.

Atílio

Entrei no carro suspirei fundo e pouco tempo depois cheguei na frente da casa do meu tio.

– Entre filho. – Mabel abriu a porta para Atílio.

– Com licença.

Celina assim que ouviu a minha voz desceu as escadas sorrindo, se algo em tudo isso me consolava era pelo menos vê-la feliz.

– Venha meu amor, vamos jantar. Papai já está nos esperando! – Celina me puxou pela mão e fomos até lá.

Meu tio sempre com aquela expressão tão rabugenta e desde jovem me lembro dele assim, acenou com a cabeça para nos sentarmos. As empregadas serviram o jantar, a comida mal me descia pela garganta e eu não tinha qualquer fome nem vontade de estar aqui.

– Leandro nos deu notícias, voltou a estudar advocacia e até conheceu uma moça por lá. – Celina disse sorrindo e limpando os lábios delicadamente com o guardanapo.

– Fico feliz por ele. – Respondi prontamente.

– Como pode ver, meu filho tomou jeito na vida e espero fazer o mesmo por Celina e sei que no passado os dois se gostaram. – Raul deixou bem claro que não aceitaria que a filha sofresse por amor.

– Não fale em coisas do passado, estamos aqui para acertar o futuro dos dois. – Mabel aconselhou e temia que Raul tocasse em assuntos mais íntimos sobre Atílio e a filha.

– Desde que nesse futuro, Atílio não abandone nossa filha para ir atrás daquela cega estúpida.

– Não tem por que ofendê-la tia! – Respondeu Atílio irritado.

– Como eu te adverti, esse homem ainda ama a mulher que o abandonou. – Raul se irrita ainda mais e Atílio tenta se explicar.

– Celina sabe disso, mas está disposta a me ajudar a superar essa dor.

– Sim pai, Atílio não está me enganando ou iludindo. Eu entendo que ainda ama Guadalupe e isso não importa, pois sei que iremos construir um amor juntos.

– Se querem minha benção para cometer esse erro, esqueçam! – Raul se recusa e Mabel insiste.

– Por favor Raul, nossa filha só quer uma chance de tentar buscar a felicidade dela. Não seja tão duro e aceite de uma vez, antes que eles façam escondido.

Raul respirou fundo, era uma guerra perdida e era melhor casar Celina de uma vez e se livrar do problema.

– Eu dou permissão. – Raul toma aquela decisão sob pressão de todos, Celina sorriu e ficou transbordando de alegria. – Mas com a condição de que me dê aqui, a sua palavra de homem Atílio.

– Fico feliz, vi como ele saiu daqui de coração arrasado por Luíza. – Amélia sorriu, pois torcia pela felicidade de Leandro.

– Por culpa dele mesmo, não como eu que estou sofrendo sem ter feito nada de errado.

Jamile e Gabriel estavam mais apaixonados do que nunca e planejavam aumentar a família em breve. Ela e Luíza estavam cada vez mais engajadas no cuidado com as crianças da vila.

– Professoras, com licença. Precisam me ajudar a encontrar alguém que fique com esse pobre menino. – Diane era uma moça da vila, humilde e parecia desesperada.

Ela estava com uma criança no colo, um garotinho de pouco mais de um ano de vida.

– O que aconteceu com os pais dele? – Jamile perguntou e Diane prontamente respondeu.

– A mãe é uma mocinha muito pobre e não tem mais condições de cuidar dele.

– E o pai? – Luíza perguntou olhando para ele, estava vestido com roupas imundas e parecia até estar faminto.

– Fugiu para a cidade a dias para viver com outra mulher. – Diane ficou constrangida ao responder.

– Pobre menino! – Luíza se compadeceu e Jamile ainda mais.

– Me dê ele, Gabriel e eu vamos cuidar desse menino. Como ele se chama?

– Héctor. – Diane responde respirando aliviada, por dar um destino melhor a ele.

Diane o entregou e foi embora sem olhar para trás, sabia que Jamile era filha de um homem rico e podia dar amor e todos os cuidados para aquele menino.

– E se meu irmão não concordar em ficar com ele? – Luíza pergunta para Jamile.

– Aí ele vai estar comprando uma batalha perdida. – O menino se aconchegou nos braços de Jamile.

– Ele gostou de você. – Luíza sorriu vendo a amiga dar carinho para aquele garoto.

– Vou te dar uma vida de príncipe pequeno, meu pai vai adorar o novo neto. – Jamile o abraçou forte e naquele momento ela entendeu um pouco do que Lupe sentia e Luíza também sentiria, em alguns meses.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Além do horizonte