Vinicius apertou-a com delicadeza, e Aline, com uma leve sacudida da cabeça, conseguiu libertar seu queixo do controle dele.
Ele recuou a mão, apoiando-a ao lado das pernas dela, com os dedos firmemente agarrando a borda da cadeira de madeira, tão perto que sua respiração quase roçava o rosto dela, "Entendeu bem?"
Aline virou a cabeça para o lado, fixando o olhar nas ásperas esculturas da coluna do gazebo, murmurando uma resposta vaga, "Entendi, entendi, lembro-me muito bem."
Embora ela dissesse que entendia, não levou nada daquilo a sério.
A discussão anterior tinha sido apenas um desfile de arrogância, e ela, renascida, não tinha a menor intenção de se envolver em um relacionamento amoroso. Quanto tempo isso não desperdiçaria?
Vinicius franzia levemente as sobrancelhas, endireitando-se um pouco sobre as pernas, o braço que ele tinha ao lado dela também se tensionou, e seu olhar se elevou um pouco mais, "Tem medo e ainda assim me trata com desprezo, é?”
"Não."
"Aline, ontem você prometeu com esse mesmo tom que faríamos uma videochamada, e então? O que aconteceu?"
Ele esperou a noite toda sem nenhum sinal dela; quando tentou a videochamada, não conseguiu se conectar, e todas as ligações foram direto para a caixa postal.
"Isso... Eu estava tão ocupada com meu trabalho de escola que o celular acabou ficando sem bateria, e eu acabei adormecendo de cansaço..."
"Me dê o celular."
"Por que você quer meu celular?"
Apesar de perguntar, Aline honestamente entregou o aparelho.
Vinicius finalmente se afastou um pouco, parando diante dela com o celular em mãos, sem pedir a senha, digitou diretamente a data de seu aniversário.
O celular desbloqueou.
Desbloqueou!
Vinicius curvou os lábios num sorriso significativo, lançando-lhe um olhar intenso.
A expressão de Aline endureceu um pouco, ela normalmente usava a biometria ou o reconhecimento facial para desbloquear o telefone e havia esquecido que, antes de renascer, havia configurado a senha do celular para o aniversário de Vinicius, muito menos pensou em mudá-la.
"Não vou mudar, agora me solte."
Diante da presença intimidadora de Vinicius, ela se sentiu um tanto covarde, sem intenção de confrontá-lo diretamente naquele momento. Ela mordeu o lábio, pensando que, assim que Vinicius deixasse Salvador, com o celular em suas mãos, ela poderia mudar para qualquer senha que quisesse!
Na aula da tarde.
Aline chegou à sala dez minutos mais cedo, pegou os livros que Gabriela havia trazido para ela do dormitório, mas não se sentou com suas colegas de quarto, escolhendo, em vez disso, a última fila da sala.
Vinicius estava ao seu lado.
Ele usava uma máscara preta e, sob o cabelo curto e arrumado, seus olhos escuros e o nariz proeminente eram de uma beleza estonteante.
Os colegas de classe não puderam evitar de olhar frequentemente para ele, e então para Aline, antes de começarem a cochichar entre si.
Aline, ainda esperançosa, tentou convencer Vinicius, "A matéria de hoje é teoria da anatomia sistêmica, anatomia, sabe? Pode ser que o conteúdo não seja adequado para leigos, que tal você ir embora? Quando eu terminar a aula, eu te procuro?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Acontece Que Ele Sempre Me Amou
A historia esta muito boa...
Esperando atualização a partir do capítulo 220. A história é muito boa....