A Sra. Santos Quer se Divorciar Há Muito Tempo romance Capítulo 73

Isabela corou intensamente, visivelmente desconfortável, e puxou de volta o colarinho da roupa que Kelly havia agarrado.

Filipe, com o olhar mais sério, percebeu a situação e, após um breve momento de reação, se virou e desviou os olhos.

A babá, que estava ao lado, também estava profundamente envergonhada.

Ainda bem que não havia mais ninguém ali. Caso contrário, a situação teria sido ainda mais embaraçosa.

Ela rapidamente ajudou Isabela a ajeitar a roupa.

Isabela, normalmente tão reservada, nunca havia se exposto daquela forma na frente de outros homens que não fosse Pedro...

Esse homem era um grande amigo de Pedro, isso a deixou ainda mais desconfortável.

Depois de arrumar a roupa, Isabela ainda não parecia completamente à vontade e, com um sorriso forçado, disse:

— Eu tenho que ir. Preciso cuidar de uns assuntos.

Filipe então se virou e pediu desculpas:

— Desculpe.

Kelly, percebendo que havia errado e pensando que tinha feito Isabela se sentir desconfortável, olhou para ela com os olhos um pouco marejados e, em um tom baixo, pediu desculpas:

— Desculpa, tia...

Isabela, entendendo que não foi intencional e não querendo ser dura com a menina, respondeu com gentileza:

— Não foi nada, eu sei que você não fez por querer.

Ela deu um sorriso suave, acenou para Kelly e, em seguida, entrou no elevador.

Filipe observou o elevador se fechando e, se virando para Kelly, disse em tom sério:

— Kelly, da próxima vez, não pode ficar segurando o colarinho das pessoas, entendeu?

Kelly, com a cabeça abaixada, assentiu pesadamente:

— Sim, entendi...

...

Por volta das quatro da tarde, Isabela se preparava para sair antes do final das atividades do dia, pois precisava voltar para a Mansão da Família Santos para o jantar.

Quando ela se levantou para partir, Luís se ofereceu para acompanhá-la até o estacionamento e, com um tom preocupado, disse:

— Dirija com cuidado, tá?

— Pode deixar.

Isabela respondeu enquanto um carro começava a se aproximar deles.

Ela não tinha reparado na movimentação, mas então a janela traseira do carro foi descida lentamente. Kelly, com a cabeça ligeiramente para fora, acenou para ela com um sorriso:

— Tia, até logo.

Isabela deu um sorriso discreto e respondeu:

— Até logo, Kelly.

Quando se virou para entrar no elevador, percebeu Filipe a observando. Ela hesitou por um momento, mas acabou acenando com a cabeça para ele, como forma de cumprimentá-lo.

Filipe também acenou com a cabeça, mas antes de desviar o olhar, lançou uma rápida olhada para Luís, que estava ao lado de Isabela. Depois, se virou e seguiu para o carro.

Enquanto observava a partida do veículo, Luís passou a mão no queixo e comentou, pensativo:

— Eu fiquei com a sensação de que o Filipe me olhou de um jeito... Como se estivesse me avaliando.

Isabela, por sua vez, não deu muita importância a isso.

— Sério? O que ele estaria avaliando em você?

Luís não sabia o motivo, mas a impressão havia ficado. Ele hesitou por um momento, antes de soltar:

— Será que ele percebeu que estamos muito próximos e achou que a nossa relação parecia um pouco ambígua? Quem sabe ele ficou mais atento, querendo proteger o amigo Pedro.

Isabela ouviu e, embora seu sorriso tivesse diminuído um pouco, ela respondeu sem preocupação:

— Pode ficar tranquilo, não é nada disso.

Ela sabia que Filipe e os outros amigos de Pedro, como Diogo, tinham uma boa relação com ela, e muito provavelmente, estavam mais interessados em ver Pedro com Sofia. Ela não era ingênua ao ponto de achar que Filipe se preocuparia com qualquer possível desentendimento entre ela e outro homem. No fundo, ele e Diogo provavelmente queriam que ela se afastasse de Pedro, sem preocupações com o que poderia acontecer.

— Hum, até logo, Ana.

Logo depois, ela ouviu Sofia falar com carinho para Pedro:

— Eu vou subir primeiro.

Pedro respondeu com um simples:

— Hum.

Foi então que ela ouviu Pedro, com um tom frio, perguntar:

— Alguma coisa mais?

Isabela voltou a si e, com a voz tranquila, respondeu:

— Não, nada.

Ela ia desligar, mas Pedro foi mais rápido e cortou a ligação antes que ela pudesse fazer isso.

Isabela ficou sem palavras, olhando para o celular, quando Teresa, já irritada, perguntou:

— O que aconteceu? Ele não vai voltar mesmo? — Depois, com uma expressão irritada, completou. — O Pedro é realmente exagerado.

— Não, ele vai chegar. — Isabela sorriu suavemente, como se nada estivesse acontecendo. — Deve estar parado no trânsito. Eles chegam em vinte minutos.

Teresa, aliviada, mas ainda visivelmente irritada, assentiu, embora a raiva não tivesse desaparecido totalmente.

— Então vamos começar a comer, não vamos esperar por ele. Ele que se dane, vai ter que comer comida fria! — Disse ela, com um leve resmungo.

O mordomo, de pé ao lado, tentou suavizar a situação com um sorriso e comentou:

— Mas a Ana ainda está no carro...

Teresa ficou surpresa por um momento e, então, bufou, ainda desconfortável com a situação:

— Ah, tá bom, vai... Vamos deixar passar dessa vez, por causa da criança.

Isabela apenas sorriu com suavidade, sem responder. Sabia que, apesar da irritação de Teresa, o que importava mesmo era que Pedro e Ana estivessem bem.

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