“Eu já não limpei sua bagunça por anos a fio? Sem ter a menor capacidade, ainda insistiu em escrever dramas históricos. Se quer escrever sobre história, pelo menos dê uma olhada no ‘Manual de História do Brasil’, ou, na pior das hipóteses, assista a algum episódio de ‘Canal Livre’. Se tivesse se esforçado um pouco, não viria me perguntar quem diabos é 'cachorro danado'? ‘Cachorro danado’? Aquilo lá é Xun Yu, entendeu, analfabeto?”
Um silêncio mortal tomou conta do grupo, e o dramaturgo frustrado disse: “Francisca Ferreira! Tenha mais respeito ao falar!”
“Respeitar sua mãe vendendo bolo de rolo! Eu mereço? Não consegue criar uma história, então convoca reuniões, pedindo ideias para nós, assistentes, só para depois juntar tudo e nos jogar o problema para corrigir.”
“Corrigir é o nosso trabalho, mas pelo menos seja decente, não? Quando estamos aqui no meio da madrugada ajudando você com os roteiros, você está lá fora, assistindo filme com sua esposa, prometendo dividir metade do lucro como bônus. Aí, quando ganha cinco milhões, nos joga vinte mil como se fôssemos mendigos. Lívia fez apenas um comentário sobre sua mesquinhez e no dia seguinte você dá um jeito de transferi-la de departamento. Então, não podemos nem falar agora?”
“O Sr. Lira disse para sairmos às seis, mas você aparece às cinco e cinquenta dizendo que temos uma reunião. Não me importo de trabalhar até tarde por ser solteira, mas o Luís e o Sherlock têm filhos, esperam ansiosos para passar algum tempo com eles. E você? Marca uma reunião que vai até as oito ou nove, e ainda espera que enviemos os roteiros corrigidos antes da meia-noite. Quero saber, desde quando soltar pum em horário comercial é ilegal?”
O dramaturgo respondeu com um emoji sorridente: “Já capturei a tela, adultos devem ser responsáveis por seus atos.”
Francisca Ferreira respondeu com um sorriso sarcástico: “Vai mostrar para o seu sogro? Vivendo às custas dos outros, né? Se eu me acovardar, pode mudar meu nome para o seu!”
Depois, enviou um print de transferência via Pix para o grupo: “Enviei para você, cem reais de ‘vaquinha’, divididos em vinte partes, nem cobre o custo do meu pacote de dados.”
Depois de um breve silêncio no grupo, alguém começou, dizendo: “Exemplo para todos nós”, e então essas palavras inundaram a tela.
Ela sabia que, apesar de ter desabafado, provavelmente perderia o emprego.
O sogro do dramaturgo tinha uma boa parte das ações da empresa. Após essa confusão, era improvável que a mantivessem.
Não que ela tivesse grande apego pela empresa, mas, após trabalhar lá por três ou quatro anos, fez muitos amigos. A ideia de partir, de repente, a deixava melancólica.
Francisca Ferreira se jogou no sofá, abriu o Facebook e postou uma atualização.
Desempregada 😞
Anexou um meme de alguém totalmente sem dinheiro e bloqueou sua mãe de ver o post.
Não era medo dela se preocupar, mas sim vergonha dela zombar.
Depois de tomar um banho e se preparar para dormir, viu que André Mendes tinha enviado uma mensagem no Whatsapp.
“Um amigo meu abriu um estúdio e está procurando por roteiristas, você está interessada?”
Francisca Ferreira sentou-se na cama num pulo.
Puxa, será que isso é uma bênção disfarçada?
Ela pegou o celular e começou a conversar com André Mendes imediatamente.
Encostada no corpo de Marcelo Lopes, o calor emanava dele, fazendo as orelhas de Flávia Almeida corarem até a base do pescoço.
Ela murmurou: “Ia para o estúdio.”
“Não vai mais,” Marcelo Lopes ainda de olhos fechados, disse, “Já pedi para alguém te dar uma folga. Daqui a pouco vamos ao hospital, não sei se essa medicação tem algum outro componente. Melhor fazer um exame.”
Ao ouvir que tinha conseguido uma folga, Flávia Almeida suspirou aliviada, mas a situação entre eles se tornou um tanto embaraçosa de imediato.
Ela não estava embriagada, então não tinha lapsos de memória. Lembrava-se claramente de como implorou na noite anterior para que Marcelo Lopes dormisse com ela, e de como ele, mesmo relutante, acabou cedendo.
Depois de um tempo, Marcelo Lopes sentou-se e começou a se vestir.
Flávia Almeida olhou para as costas dele e então fechou os olhos novamente, envergonhada pelo que tinha “feito”.
Ela puxou as roupas para debaixo do cobertor e começou a se vestir também.
Enquanto isso, Flávia Almeida tentava encontrar as palavras certas, pensando em simplesmente assumir uma postura despreocupada sobre o que aconteceu na noite anterior.
Mas antes mesmo de conseguir formular seu pensamento, o som de uma chave girando na fechadura ecoou pelo quarto, e a porta se abriu de repente. Um grupo de pessoas entrou, todas com celulares apontados para Marcelo Lopes, começando a fotografá-lo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Rebeldia da Esposa Desprezada
Gosto de ler livros assim: quando a protagonista seja igual a Flávia Almeida, determinada, não fica chorando pelos cantos e não se humilha diante dos seus adversários....
Cadê a atualização? Um livro tão interessante como este não pode ficar assim, esquecido....
Não será mais atualizado?...
Não acredito que tenham parado a história sem resolver os mistérios de Flavia....
Poxa! Desrespeito, viu. Parou no 600 e desde setembro que não atualiza. Que dó....
Gente do céu! Cadê atualização. Já tem 15 dias sem nada. Vixiii!...
Cadê a atualização????...
Estou gostando muito desse livro me fez sorrir em vários momentos e também fiquei tensa em vários capítulos.fique triste por que não postaram mais capítulos,espero que postem mais pois estou muito curiosa para saber o final, tem muitos mistérios ainda para serem desvendados como a origem de Fifi....
Cadê a atualização????...
Cadê a atualização, não vai ter final?...