No dia seguinte ao trabalho, uma enfermeira veio procurar Ophelia, dizendo que Clorinda Serrano estava reclamando novamente de desconforto nos olhos.
Ophelia estava realizando um exame de fundo de olho em um paciente e, sem levantar a cabeça, disse: "Os olhos dela já estão bem, não precisa se preocupar com ela."
"Ela insiste que está incomodando, sentindo como se estivesse quase ficando cega, pediu para você dar uma olhada." A enfermeira estava tão frustrada com a jovem que suplicou: "Dra. Zamith, por favor, vá dar uma olhada?"
Logo após terminar suas tarefas, Ophelia dirigiu-se ao quarto de Clorinda Serrano.
Ao abrir a porta, encontrou Clorinda sentada na cama, saboreando uma bandeja de frutas frescas cortadas, que recebeu Ophelia com um sorriso: "Ophelia, você chegou!"
Nada indicava que ela estivesse desconfortável.
Ophelia comentou: "Você não consegue ficar um dia sem causar problemas?"
Clorinda não respondeu, mas seu olhar desviou-se em direção ao sofá.
Foi então que Ophelia notou o homem sentado lá.
Levantando-se, o homem exibiu uma elegância tranquila, vestindo um sobretudo marrom escuro sobre uma blusa de gola alta de cashmere, cumprimentando-a educadamente: "Dra. Zamith, prazer, sou Bertram Serrano, irmão de Clorinda."
Ophelia, surpresa, respondeu: "Prazer."
Bertram se aproximou e estendeu a mão: "Ela tem um temperamento difícil e tem te causado problemas ultimamente."
Ophelia, educadamente, apertou sua mão brevemente, dizendo: "Ela realmente sabe como ser problemática."
Bertram sorriu: "Ela mencionou você várias vezes enquanto eu estava viajando a trabalho. Ela gosta muito de você."
Ophelia o observou por um momento: "Você me parece familiar, já nos encontramos antes?"
"Eu e Gregório fomos colegas de classe."
"Ah."
Talvez eles tenham se encontrado na Família Pascoal, ou mesmo em algum casamento lá.
Com uma tendência a se sentir ansiosa em interações sociais, Ophelia ficou em silêncio após um breve "Ah", encontrando dificuldade em continuar a conversa.
Por alguma razão, o clima entre eles parecia o de um encontro às cegas.
Clorinda, observando de sua cama, rolou os olhos entre eles e soltou um suspiro.
"Irmão, você não trouxe um presente para a Ophelia?"
Bertram deu um leve tapa na parte de trás da cabeça dela e pegou um saco de papel do sofá, entregando-o a Ophelia.
"Qual outro motivo poderia ser, se não uma armação? Solange com aquela capacidade toda conseguir uma promoção, enquanto a Dra. Zamith, que é muito mais qualificada, fica para trás. Nem fale da Dra. Zamith, eu mesmo não concordo!"
"Essa vaga deveria ter sido da Dra. Zamith desde o início, eu digo que essa atmosfera de nepotismo e injustiça no hospital precisa ser corrigida!"
Quando o resultado foi anunciado, Ophelia encontrou médicos de outros departamentos que sinceramente a felicitavam.
No começo, Ophelia estava preocupada que o incidente daquele dia se espalhasse e que ela acabasse sendo o assunto das conversas nos intervalos para o café e depois do almoço.
Mas, curiosamente, nenhum rumor se espalhou.
Isso foi um alívio para Ophelia, que voltou ao seu escritório e tomou a iniciativa de dizer: "Que tal eu pagar um jantar para todos esta noite?"
Solange estava visivelmente chateada nos últimos dias, com uma expressão que parecia que o mundo lhe devia milhões, e ninguém ousava incomodá-la, tornando o escritório muito mais silencioso, exceto pelo barulho dela batendo pastas na mesa todos os dias.
"Se achando, não é?" Solange revirou os olhos. "Quem quer sua comida?"
Ophelia nem olhou para ela: "Não pretendia te convidar, então não se preocupe."
Solange: "…"
Na tradição do departamento, quando alguém é promovido, oferecer um jantar é um costume, e Rute foi a primeira a levantar a mão: "Então eu quero algo caro!"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....