Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 77

Quando Ophélia chegou à empresa de Tarsila Fagundes para lhe entregar uma sopa, Tarsila estava de olheiras profundas, digitando freneticamente no computador, trabalhando na centésima octogésima revisão de um projeto.

De vez em quando, ela juntava as mãos em prece, rogando a todos os santos e orixás para que seu chefe não tivesse vida amorosa nesta vida, nem na próxima, nem na subsequente.

Não era a primeira vez que Ophélia aparecia por lá, e a presença dela instantaneamente dissipava o ar de desânimo dos colegas de Tarsila no escritório.

"Beleza, Ophélia veio trazer delícias de novo?"

"Trouxe uma moqueca para a Tarsila." - Quando ela colocou o recipiente com a moqueca e o almoço que havia comprado para Tarsila Fagundes sobre a mesa, vários pescoços se esticaram em sua direção.

Tarsila se ajeitou em sua cadeira e, assim que abriu o recipiente, o som das teclas parou completamente.

"Ah, por que ninguém me traz comida assim?"

O colega ao lado de Tarsila, um pouco mais cheio, torceu o rosto: "Quem será o sortudo a se casar com uma mulher tão bonita e dedicada? Será que ainda tenho alguma chance nesta vida?"

Ophélia: "Claro que tem."

Seu colega, visivelmente surpreso e com os olhos brilhando de esperança: "Sério?"

Ophélia sorriu: "Essa moqueca foi feita pela minha tia, ela é divorciada e não tem filhos, posso apresentá-la ao senhor se quiser."

O colega: "…"

O líder da equipe de Tarsila, segurando uma colher, se aproximou tentando se servir enquanto perguntava de forma teatral: "E aí, Tari, já acabou de revisar o projeto?"

"Acabar o quê, se você me deu ok há meia hora?" - Tarsila resmungou, bebendo a moqueca e abraçando o recipiente como se protegesse um tesouro: "Ei! Você já tomou três colheradas, tem vergonha não?"

O escritório estava em alvoroço, mas quando Tarsila ofereceu um pedaço de carne para Ophélia, ela não resistiu e aceitou.

"O que você vai fazer hoje à tarde?" - perguntou Tarsila: "Fique aqui comigo na empresa. A Kiki não veio hoje, você pode usar uma máscara e sentar no lugar dela, meu chefe nem vai perceber."

Graças à sua reputação inicial, os moradores do Palmeiras Imperiais ainda eram de alto padrão, incluindo muitos aposentados respeitáveis.

Na época da construção, o destaque era a grande área verde, que agora estava repleta de árvores frondosas, com uma infraestrutura completa ao redor, desde escolas até hospitais e mercados, mantendo assim o valor da propriedade sempre no topo da região.

Ophélia tocou a campainha, e logo uma voz feminina perguntou: "Quem é?" - antes de abrir a porta.

Ao ver Ophélia, a expressão de sua tia inicialmente congelou, depois foi substituída por uma mistura complexa de culpa, impotência e arrependimento, com um toque de tristeza.

"Tia" - disse Ophélia.

"Ophélia, você voltou." - Tia Paloma Isolda estava com as mãos cobertas de farinha, provavelmente estava preparando massa, limpou as mãos de maneira desajeitada no avental sujo e rapidamente deu espaço: "Entra, querida."

"Eu prefiro não entrar hoje." - Ophélia parou na porta: "Eu vim para te dizer que esta casa é uma herança dos meus pais, e eu decidi retomá-la."

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