"Quem foi o sem educação que jogou tantas bitucas de cigarro na porta dos outros?"
Naquela tarde, Lisandro enviou para o e-mail de Ophélia um formulário em formato digital.
As propriedades de Gregório eram muitas, inclusive na Cidade Nascente e em outras cidades do Brasil e do mundo, como Nova York, listadas em várias páginas densamente preenchidas.
Lisandro, por telefone, recomendou alguns imóveis na Cidade Nascente com ótimas localizações e já mobiliados, prontos para morar, mas a preços que ela, como médica, não poderia pagar mesmo que trabalhasse a vida toda.
Ele também disse que estaria disponível para acompanhá-la pessoalmente a esses lugares, bastando que ela escolhesse o que mais lhe agradasse. Ele cuidaria de toda a papelada necessária para a transferência de propriedade.
Naquele momento, Ophélia estava a caminho de um quarto de hospital. Ela desligou o telefone e, no corredor do hospital, percebeu que havia se esquecido de onde estava indo.
A cabeça de Clorinda Serrano apareceu atrás dela.
"Ei, no que você está pensando?"
Ao ver Clorinda, Ophélia lembrou-se de que precisava visitar um paciente.
Ela começou a caminhar em direção ao quarto do paciente, com a cadeira de rodas de Clorinda seguindo-a ruidosamente.
"Seus olhos estão vermelhos. Você chorou? Brigou ontem quando chegou em casa? Ou foi seu marido que te magoou novamente?"
O paletó de Ophélia estava sempre limpo e impecável, e ela mantinha uma expressão serena, sem demonstrar tristeza: "Você trabalha para a agência de inteligência?"
"Sou apenas uma simples fofoqueira."
Clorinda tinha mais perguntas do que se poderia imaginar: "Foi seu marido que ligou? Ele vai transferir algo para você? Uma casa? Quantas você conseguiu? Vai se divorciar?"
Por coincidência, Rute passou gritando: "Dr. Zamith, o senhor vai se divorciar?"
Os pacientes na sala, que antes estavam gemendo de dor, pararam e viraram a cabeça: "Dr. Zamith, o senhor está se divorciando?"
Ophélia: "..."
Ela não sabia mais o que fazer.
Em menos de uma tarde, todo o departamento de oftalmologia já sabia que a Dra. Zamith estava se divorciando!
Não acredita? Veja como os olhos dela estão inchados de chorar.
Solange Werneck era quem parecia mais feliz com a notícia. Quando viu Ophélia, cumprimentou-a com um sorriso radiante: "Ah, então o seu marido te largou?"
Ophélia não entendia o motivo da felicidade de Solange.
"Por que essa alegria?" - perguntou Ophélia, comendo seu almoço calmamente, com um tom indiferente: "A amante do meu marido não está nem um pouco animada como você".
Quando foi mandada para fora do escritório pelo Sr. Allende, ela viu a cadeira de rodas de Clorinda Serrano desaparecer pelo corredor tão rápido que quase saíam faíscas das rodas.
Clorinda Serrano se sentiu tão culpada que não procurou Ophélia o dia todo.
Até que chegou a hora de sua consulta, e Ophélia examinou o fundo dos olhos de Clorinda sem encontrar nenhum problema.
Clorinda Serrano murmurou uma desculpa: "Desculpa, eu não queria gritar daquela maneira."
"Suas desculpas valem alguma coisa?" - Ophélia não ficou muito irritada: "Você sempre me traz problemas."
"Que problemas eu trago? Só estou preocupada com você!"
Desta vez, Clorinda Serrano soube se manter afastada das outras pessoas, olhou em volta para ter certeza de que ninguém estava por perto e disse: "Se é para se separar, que se separe, afinal, você e Gregório não são felizes juntos. Da última vez que vocês brigaram no hospital, você nem imagina a cara que fez, parecia que ia desmoronar, meu coração até doeu!"
Ophélia a desmascarou sem piedade: "Não seja falsa. Aquela briga não foi por sua causa?"
Clorinda Serrano, sentindo-se culpada, coçou o nariz e a orelha: "Eu sei que cometi um erro."
Enquanto falava, ela parecia ter se decidido.
"Separem-se. Então vou apresentá-la ao meu irmão!"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....