"Será?"
"Será sim."
"Quem, verdadeiramente, anseia por um destino, deixaria uma probabilidade de chuva de um por cento deter seus passos? Quem já desbravou a Floresta Amazônica, temeria uma simples tempestade?"
Quando Kaela vagava por aí, de norte a sul, o que seus avós mais gostavam de dizer era: "Você é tão corajosa para uma moça!"
Ela amava explorar, amava aventuras, nem mesmo os mísseis na Síria a assustavam, então por que hesitaria diante de algo que ainda não aconteceu e talvez nunca aconteça? Isso não condizia com seu espírito.
Gilberto não era Kevin, e ela não era sua mãe. A tragédia de sua mãe, de fato, servia de lição, mas seria uma pena perder um homem que ela amava tanto por uma probabilidade de um por cento, não seria?
A névoa que encobria seu coração foi gentilmente dissipada pela pergunta de Gilberto.
Ela sentou-se calmamente por um momento, os conflitos que há tanto tempo buscava amar, mas hesitava, e os laços que tentava cortar, mas permaneciam, pareceram finalmente encontrar uma resposta, desatando-se lentamente por si só.
"Você está certo, não posso ficar em casa com medo da chuva."
Ela se sentiu mais leve, enxugou as lágrimas com o dorso da mão, "Se chover, eu uso um guarda-chuva, e se não for suficiente, que se dane, eu me molho."
As lágrimas em seus olhos ainda não haviam se dissipado completamente, ainda úmidas e nebulosas, mas seu olhar brilhava como estrelas, falando com seriedade e sem esconder mais sua dor: "Gilberto, eu realmente te amo muito."
Gilberto ficou ligeiramente surpreso.
Ele nunca foi de expressar seus sentimentos abertamente. Comparado à liberdade descompromissada de seu irmão, ele aprendeu cedo a ser contido e sério. Antes de conhecer Kaela, sua vida seguia um ritmo estável e ocupado, com os sentimentos pessoais quase completamente suprimidos por seu trabalho.
Acostumado a manter a compostura, Kaela era alguém que precisava ouvir seu amor. Se ele tivesse percebido isso antes, talvez Serafim não tivesse surgido entre eles.
Ele tocou gentilmente as lágrimas ainda úmidas no rosto de Kaela, respondendo novamente: "Eu também te amo."
Ela ponderou astutamente: "Aí eu teria que levar uma surra primeiro. Não vale a pena."
"Não vai acontecer." Gilberto disse.
"Você não o conhece."
Kaela apenas pensou que ele nunca tinha visto o outro lado de Kevin, afinal, o velho não hesitava em bater nela, mas não poderia fazer o mesmo com Gilberto tão facilmente.
Ela ponderou sobre como abordar o assunto de um ângulo que fizesse Kevin menos irritado, pensando sobre isso a noite toda, mas não chegou a uma conclusão.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....