Ophélia levantou seus olhos enevoados pela emoção: "Não quero perder mais alguém que amo."
Gregório tinha um olhar profundo, tão profundo que se tornava compreensível. Ele pousou o garfo, levantou Ophélia e a acomodou em seu colo, testa com testa.
"Certo" - disse ele: "vou encarar isso com você".
Ophélia o abraçou pelo pescoço, enquanto Gregório a segurava pela cintura, suas mãos encontrando uma forma proeminente e distinta no abdômen dela.
Ele hesitou por um momento, com a mão ainda no suéter, sentindo aquela forma, e então ergueu os olhos.
Sob seu olhar intenso, Ophélia, um pouco nervosa, piscou os olhos ainda inchados e, como se tivesse sido tomada pelo espírito de Tarsila do Amaral, de repente desabafou: "Eu comi demais".
"Isso está mais para uma feijoada." - Gregório não se deixou enganar tão facilmente: "Será que a minha feijoada também foi parar no seu estômago?".
Seu coração, já carregado de melancolia, agora se misturava a um turbilhão de emoções - surpresa, alegria e uma incredulidade por sua própria obtusidade... Era um sentimento tão complexo que desafiava a explicação.
Com a mão direita, ele a guiou para o quarto e a deitou na cama, ajoelhando-se ao seu lado, levantando a barra de sua camisola.
Ela não tinha excesso de gordura, não era muito dada a exercícios, antes tinha uma cintura fina e definida.
Sua forma era basicamente a mesma agora, esbelta e elegante, exceto por uma leve protuberância no abdômen.
Com a palma da mão apoiada na cama, Gregório engoliu, com a voz rouca, e perguntou: "O presente que você disse que ia me dar, o que é?"
Depois de um silêncio tranquilo sob a luz suave, Ophélia se levantou, tirou um envelope transparente da bolsa e o entregou a ele.
Gregório abriu o envelope e tirou um teste de gravidez.
Nome: Ophélia
Idade: 26 anos
Era a primeira vez que Gregório via algo assim; honestamente, a imagem amarelada mostrava um bebê que não era muito bonito.
Não tinha herdado sua imponência, nem parecia ter pego a beleza de Ophélia.
No entanto, ele se sentiu preenchido por uma sensação maravilhosa, abraçando Ophélia enquanto ela explicava com voz suave, seu coração ligado ao dela por um fio invisível.
Ophélia falou bastante, sem receber muita resposta, até que levantou os olhos para ele.
Ela não conseguia ler suas emoções, pois ele não parecia expressar felicidade.
"Você não gostou do presente?"
"Adorei. É o segundo melhor presente que já recebi." - O beijo de Gregório pousou no topo da cabeça dela: "Eu também tenho um presente para você".
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....