As botas de Ophélia pisavam na neve fofa, ela deu alguns passos e então olhou para trás.
Através dos flocos de neve que flutuavam, Gregório estava sob a varanda, com sua aparência atraente como sempre.
Ao encontrar seu olhar, um lampejo de ternura surgiu em seus olhos castanhos.
Ele não veio se despedir, apenas disse: "Volte, está frio lá fora."
No caminho de volta, os olhos de Ophélia constantemente traziam à mente aquele olhar.
Quando Tarsila Fagundes soube que ela tinha visto Gregório na Serra da Mantiqueira, seus olhos imediatamente desviaram para a barriga de Ophélia: "Ele percebeu?"
"Não." Em casa, Ophélia tirou a jaqueta de inverno.
Tarsila Fagundes estendeu a mão, tocando a barriga de Ophélia e depois a sua própria: "Como que você pode ser tão magra assim, 20 semanas e só isso. eu pareço maior só de comer churrasco."
Ophélia respondeu: "Isso é resultado de comer churrasco? Você come cinco vezes ao dia."
Tarsila Fagundes, sentindo-se atingida, exclamou: "Eu vou te pegar!"
Ela estendeu a mão, mas lembrando-se de que estava grávida, recuou e apertou o próprio pescoço, "Eu vou pegar a mim mesma!"
"Você não tem exame pré-natal amanhã? Eu tenho uma reunião pela manhã, deve durar umas duas horas." Tarsila Fagundes disse, "Se quiser, posso te acompanhar depois."
"Já marquei com o médico." Ophélia disse, "Eu posso ir sozinha, não precisa se preocupar tanto."
À noite, Ophélia sonhou novamente.
Sonhou com seus pais, em um tempo antes de tudo acontecer, quando a vida em família era simples e aconchegante.
No final do sonho, seu pai a aconselhou: "Corra sempre para o direção ao nascer do sol."
Acordando do sonho, Ophélia ficou um momento perdida na luz preguiçosa do quarto, calçou as sandálias e foi beber água.
Com a neve caindo lá fora, ela percebeu, vinte anos depois, ela finalmente, ela entendeu o que seus pais queriam dizer.
Eles não tinham revelado quem era o assassino porque não queriam que ela ficasse presa à escuridão da fábrica, presa à morte deles.
Olhar para frente, seguir em frente, em direção ao nascer do sol.
Onde estava o seu sol?
Na Serra da Mantiqueira, na Islândia, no Jardim Ophélia.
Apesar da preocupação, Bertram sabia que não era seu lugar falar demais, mas gentilmente disse: "Então ele vai se arrepender no futuro."
Isso fez Ophélia parar.
Sem dizer mais, Bertram se despediu.
Ophélia caminhou lentamente para fora.
Chegando à porta, ela tirou o celular da bolsa, abriu o WhatsApp e começou a escrever em uma conversa fixada no topo.
【Tenho um presente para você】
Assim que a mensagem foi enviada, sem esperar por uma resposta, uma ligação chegou. Era de Queren, ela atendeu.
"Ophélia." A voz de Queren era rouca e pesada, "Sua avó está muito doente, você não quer vir ao hospital vê-la?"
Ophélia apertou os dedos em volta do telefone, um pouco mais forte: "Como assim?"
Mas, no fundo, ela sabia muito bem que a condição de saúde da sua avó já estava por um fio há tempos, e o fato de ela ter resistido até agora já era muito além do que os médicos haviam previsto inicialmente.
Ela ainda mantinha um fio de esperança, mas desde que Jacinto, desaparecido por anos, reapareceu de forma inesperada, um peso se instalou em seu coração.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....