Dona Alessa trouxe Eloi até Ophélia, que disse: "Senhora, o Sr. Gregório pediu para eu levá-la até a Família Pascoal."
Ophélia achou estranho Gregório não ter ligado para ela diretamente.
Ela largou o alicate de jardinagem, tirou as luvas e disse: "Vou lavar as mãos e já volto."
Desde que viu Jacinto em casa da última vez, fazia um tempo que Ophélia não voltava lá.
A desconfiança em seu coração dificultava encarar as pessoas da Família Pascoal com naturalidade, especialmente a avó, que parecia esconder algo dela.
Essa volta à Família Pascoal colocava novamente em sua frente aquele enigma sem solução.
Distraído, Eloi parou o carro no portão lateral, que raramente era usado, e Ophélia só percebeu ao descer.
Quando estava prestes a perguntar algo, um empregado da Família Pascoal abriu a porta de dentro, como se estivesse esperando por ela.
Ophélia entrou pelo portão lateral, e o layout do antigo casarão era um tanto confuso. O corredor que levava à sala de estar fazia várias curvas, passando por uma sala lateral com as portas fechadas, onde ela parou ao ouvir vozes lá dentro.
Do outro lado da porta, na sala lateral.
A avó parecia menos vigorosa do que antes, sentando-se no sofá com a ajuda de uma bengala, mas seu ânimo melhorava ao falar de Ophélia: "Como foi a lua de mel de vocês?"
"Muito boa."
Gregório estava sentado no sofá oposto, talvez fosse a cor sóbria do seu terno que o fazia parecer um pouco distante.
"Que bom. Ophie pediu demissão, então pode aproveitar esse tempo para descansar. Ela estava tão ocupada com o trabalho nos últimos anos, quase não teve folga."
"Quando eu era pequeno, você não era cristão. Depois que vovô morreu, você passou a viver na Cidade do Céu. Eu pensei que era para orar por ele." Gregório a pressionou. "O que você fez para se sentir em dívida com a Família Zamith e manter esses lembranças por vinte anos?"
"Não é da sua conta!" a avó respondeu, levantando-se para sair. "Alguém, tire-o daqui."
Os padrões antigos do papel de parede começaram a girar como um caleidoscópio, indicando que as lágrimas estavam prestes a cair.
Ophélia abriu a porta.
A avó, que até agora estava se fazendo de desentendida, mudou de expressão abruptamente: "Minha querida..."
"Não sei se ainda posso te chamar de avó." Ophélia, com os olhos marejados, permaneceu firme na entrada. "O que realmente aconteceu com os meus pais? Ele pode não ter o direito de saber, mas eu tenho, não tenho?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....