Serena nunca imaginou que seriam três pessoas à sua espera.
Era como se estivesse diante de um tribunal inquisitivo, e a atmosfera estranha a deixava um tanto nervosa.
"Ophélia, você também veio?"
Ophélia, sentada confortavelmente no sofá, observou-a atentamente por um momento antes de perguntar com uma calma indiferente: "Você está desapontada?"
Serena hesitou por um instante.
Ela pensou que Ophélia fosse uma pessoa tão gentil que não seria capaz de ferir alguém, mas não esperava que ela tivesse um olhar tão penetrante, fazendo com que Serena se sentisse completamente exposta.
"Por que Ophélia perguntaria isso?" - Ela fingiu não entender.
"O cheiro de camuflagem é forte aqui dentro." - Tarsila Fagundes não aguentava mais: "Podemos conversar direito? Se você continuar com esse comportamento, vou lhe dar um tapa, acredita?"
A gentileza de Ophélia podia ser apenas uma fachada, mas a agressividade de Tarsila Fagundes era palpável.
Serena instintivamente olhou para a reação de Gregório.
Ele estava recostado no sofá, exalando uma preguiça elegante, com uma nobreza inata que parecia torná-lo inalcançável, como um pico de montanha coberto de neve, intimidador à distância.
Segurava Ophélia com uma mão, enquanto o outro braço descansava sobre o braço do sofá, revelando a borda branca da camisa sob o punho, e um relógio de platina no pulso, sutil e luxuoso, com um mostrador de cristal de safira, onde o cosmos parecia silenciosamente imóvel.
Serena percebeu que talvez tivesse subestimado a situação.
Como um nobre tão distante poderia se interessar por ela?
Foi então que Lisandro bateu duas vezes na porta e entrou, entregando uma pilha de documentos nas mãos de Gregório.
Gregório folheou-os brevemente, um sorriso frio e irônico nos lábios.
"Exatamente o que eu esperava."
Ophélia pegou os documentos, e Tarsila Fagundes, com uma curiosidade maior do que a de um gato, imediatamente se aproximou para examiná-los com ela.
"Cara?" - Sua voz mudou com a surpresa: "Você fez uma cirurgia para se parecer com a Ophie?"
"Qual é o seu objetivo?" - Ophélia não entendia. Ela havia se esforçado tanto para parecer uma estranha por meio de uma cirurgia, tudo por causa de Gregório?
Mas ela nem sequer havia conhecido Gregório antes.
Serena levantou a cabeça para olhar para ela.
Para ser sincera, quando viu a foto de Ophélia pela primeira vez, sentiu inveja.
Ela sempre foi elogiada por sua beleza desde pequena e sabia que sua aparência era sua vantagem, por isso cuidava dela meticulosamente. Mas sua beleza, comparada à de Ophélia, parecia ridícula.
Ela até suportou a dor de esculpir sua mandíbula, tentando deixar seu rosto mais parecido com o de Ophélia. Mas o charme de Ophélia, uma mistura de frieza e bondade, era difícil de imitar.
"Eu não tenho um objetivo." - Ela disse: "Eu gosto do seu rosto, queria ser tão bonita quanto você, tem problema?"
"Como Vania chegou até você?" - Gregório, de repente, quebrou o silêncio.
"Eu conheci a Vania na companhia de teatro, ela veio assistir à minha apresentação e, depois disso, nos tornamos boas amigas..." - Serena ainda não tinha terminado de decorar sua fala, quando foi interrompida pela voz fria de um homem.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....