Gregório acalmou Ophélia por um tempo, até que a emoção que surgiu repentinamente em ela começou a diminuir lentamente.
Ele beijou suas sobrancelhas e olhos, passando pela ponta do nariz, até os cantos dos lábios, parou por um momento, moveu-se ligeiramente meio centímetro e a beijou diretamente.
Seus lábios macios se tocaram, apenas dois beijos rápidos, e Ophélia fez um pequeno movimento para se esquivar.
Gregório então se afastou.
Ele não insistiu.
Como a dissipação de uma geleira, ela também precisa de tempo. Se ela estivesse disposta a aceitá-lo, mesmo que só um pouco, ele ficaria completamente satisfeito.
Ele queria beijá-la até o ponto da loucura, mas se conteve.
"Posso te dar tempo para ir devagar, tudo bem?"
Neste momento, Ophélia estava como se estivesse à beira de um abismo, e Gregório, do outro lado do abismo, estendeu a mão para ela.
Saltar poderia ser a margem da vitória, ou poderia ser outro desastre do qual nunca se recuperaria.
Ela era uma realista, que buscava avançar com cautela, passo a passo, gostando de manter as coisas sob seu controle.
Aventura era o que ela menos conhecia.
No entanto, havia um fogo queimando dentro dela, um fogo que já a havia ferido profundamente, mais tarde extinto por enchentes, coberto por neve e gelo, e que ela tentou desesperadamente arrancar de seu coração.
Mas ele não morreria, não seria completamente erradicado. Após o inverno rigoroso, a brisa suave da primavera o reacendeu.
Era seu amor por Gregório, que nunca havia cessado.
"E se eu ainda não quiser?" - Ophélia olhou diretamente para ele, com traços de lágrimas nos olhos.
"E se eu ainda o rejeitar no final, o que você fará?"
"Não fale tão cedo." - disse Gregório: "Como você sabe que não mudará de ideia um dia?"
"Quanto tempo você esperaria?" - Ophélia mudou sua pergunta.
Gregório arqueou uma sobrancelha, ponderando: "Eu só tenho vinte e oito anos agora, como um homem problemático como eu, não é problema viver até noventa e nove, esperar por você por mais setenta anos."
O leve desconforto no coração de Ophélia foi dissipado por ele.
Elas duas, por um acordo tácito, não mencionaram nada do que haviam espiado inadvertidamente, agindo naturalmente como se nada tivesse acontecido.
As três juntas sempre acabavam conversando até muito tarde. Clorinda Serrano era freelancer, Tarsila Fagundes trabalhava em uma agência de publicidade sem horário fixo, só Ophélia que tinha um emprego com horário comercial.
Quando Ophélia se levantou às sete horas, estava com tanto sono que quase caiu enquanto escovava os dentes.
Ouviu seu celular tocar e, com a escova ainda na boca, foi atendê-lo. Era uma mensagem de Gregório. Era uma mensagem de Gregório.
[Você já acordou?]
Com uma das mãos, Ophélia respondeu: [Hmm]
Gregório escreveu: [Então abra a porta].
Ophélia ficou parada por um momento, largou o celular e correu para abrir a porta.
E lá estava ele, parado do lado de fora.
Ela abriu a boca para falar, mas então lembrou que ainda estava com a escova de dentes na boca e rapidamente a fechou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....