Gregório finalmente levantou o olhar dos documentos, segurando um cigarro e batendo a cinza fora.
"Um gato."
"..."
Queren respirou fundo, visivelmente tentando se controlar para não o agredir.
"Você não pode levar nada a sério? Eu vim falar com você sobre um assunto importante."
Gregório continuou com sua postura relaxada e indiferente: "Eu disse para você pode falar, mas você insiste em fazer joguinhos de 'diga ou não diga'."
Queren estava furiosa, mas se conteve, olhando para ele e perguntando: "Você e a Kristina realmente não tem mais chance?"
"Desde quando o que acontece entre nós é uma questão de estado?" Gregório continuou a olhar para os documentos em suas mãos, despreocupado. "Srta. Telmo, estou mesmo ocupado agora. Se você está entediada e quer conversar, vou cobrar por segundo."
"Como se eu gostasse de conversar com você. Uma frase sua já é suficiente para me irritar." Queren suspirou. "Quando vocês estavam juntos, vocês não se davam bem?"
Gregório deu uma risada sarcástica: "Por que você acha que eu estava com ela? Você sabe muito bem."
"Era pelo seu bem! Vocês cresceram juntos, eram próximos. Eu queria que você..."
Ela não terminou a frase, e Gregório interrompeu: "Quem disse que nós éramos próximos?"
"Eu vi com meus próprios olhos. Eu vi vocês abraçados naquela noite."
"Qual noite?"
"Quando você estava no segundo ano e ganhou a competição de modelagem matemática, voltando para casa."
Gregório se lembrou.
"Ah, aquela noite."
Ele tirou o cigarro da boca, girando-o entre os dedos, um sorriso enigmático nos lábios.
"Ela veio falar comigo e, antes que eu percebesse, já estava se jogando em cima de mim. Eu estava distraído observando Ophélia de mãos dadas com um garoto, nem pensei em empurrá-la."
"Kristina me disse que se declarou para você e que você aceitou."
Gregório acabara de ficar sabendo disso, e fez um som de desdém: "Eu nem ouvi o que ela disse."
"..."
Queren ficou sem palavras, seu coração estava em tumulto.
Nos últimos anos, Gregório havia se rebelado contra a família, vivendo de maneira irresponsável, e ela, como mãe, mal podia suportar ver isso.
Gregório hesitou, seu olhar tornou-se turbulento.
"Com tantos hospitais e médicos em Cidade Nascente, por que tinha que ser ela?"
"A família Eça vive perto daquele hospital, faz sentido ir lá. Deve ter sido uma coincidência." Queren explicou, "Mas com a situação entre você e Kristina, eles podem guardar rancor contra nossa família, e isso pode acabar afetando Ophélia."
"Agora que ele está sob os cuidados de Ophélia, venha comigo. Isso mostra que nos importamos, acalma os ânimos, e evita que Ophélia seja prejudicada."
As consultas da tarde estavam lotadas e ela mal tinha tempo para tomar um gole d'água. Quando finalmente chamou o último paciente, sentia uma dor lancinante nas costas de tanto tempo sentada.
Ainda tinha um monte de trabalho esperando por ela no escritório. Massageou o pescoço e acabara de abrir o prontuário quando ouviu batidas fortes na porta.
Levantou os olhos do computador, e Estella abriu a porta do escritório com um semblante carregado de insatisfação: "Nossa, você se faz de difícil, hein? Chamar você é uma missão quase impossível."
Ophélia não se deixou levar pela emoção na voz de Estella, e foi direto ao ponto: "Os resultados dos exames já saíram?"
"Eu só te chamei porque os resultados saíram. E você ainda se faz de desentendida. Não pense que só porque você tem a Família Pascoal ao seu lado, pode nos ignorar."
"O que a Família Pascoal tem a ver com isso?" O tom de Ophélia continuou calmo e sereno, "Sou médica de um hospital público, não sua médica particular. Não posso estar disponível a todo momento."
"Além disso, eu já disse de manhã que quando os resultados saíssem, deveriam me trazer para eu analisar."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....