À tarde, metade do céu estava tingida com cores vibrantes, enquanto o pôr do sol pintava um quadro nos vidros espelhados dos arranha-céus.
Lisandro seguia atrás de Gregório, saindo da sala de reunião.
Ao passarem pelo escritório do departamento de recursos humanos, viram algumas funcionárias agachadas ao lado da mesa, murmurando "mi mi~", "mi mi~", em um coro sem fim.
Gregório lançou-lhes um olhar indiferente e, de repente, mudou de direção, caminhando em direção a elas.
As funcionárias, concentradas, não perceberam a aproximação, continuavam focadas no que estavam fazendo.
Gregório baixou o olhar, seguindo a direção das linguiças que elas seguravam, até ver um gatinho do tamanho de uma palma escondido debaixo da mesa.
O pelo estava sujo, e o pequeno animal, que mal alcançava o tamanho das linguiças, devorava a comida vorazmente.
"Desde quando a empresa contratou um gato?" A voz que de repente soou atrás delas as fez pular de susto, com as funcionárias se levantando rapidamente e o gato se encolhendo em um canto.
"Sr. Pascoal!"
Gregório perguntou: "Vocês que estão cuidando dele?"
Ele manteve uma expressão neutra, e as mulheres, tremendo, apressaram-se em explicar: "Não é nosso. É um gato de rua que deve ter seguido alguém e entrou no elevador por engano."
"Até sabe pegar elevador." Gregório arqueou uma sobrancelha. "Isso o torna mais inteligente que alguns funcionários."
Conhecendo bem a alergia dele, Lisandro instruiu: "Melhor tirá-lo daqui. O Sr. Pascoal é alérgico a pelos de gato. Certifiquem-se de que isso não aconteça de novo."
Uma das funcionárias, muito cautelosa, falou: "Sr. Pascoal, posso colocá-lo em uma sacola e levá-lo quando sair? Estou alimentando ele há alguns dias, já estava pensando em adotá-lo. Nunca consegui pegá-lo, mas hoje ele veio para cá. Prometo que ele não vai mais circular livremente e que o escritório será mantido limpo."
Ela parecia muito receosa, mal conseguindo olhá-lo nos olhos, mas por causa do gatinho, ela se atreveu a fazer um pedido.
Gregório espirrou duas vezes, aceitando o lenço que Lisandro lhe ofereceu, cobrindo o nariz.
Olhando para o gatinho inocente escondido sob a mesa, não conseguia entender o fascínio que essas criaturas exerciam.
A funcionária pensou que tinha ido longe demais, temendo ter arriscado demais ao sugerir manter o gato ali.
"Por mim, tudo bem."
Ophélia abriu uma mensagem no WhatsApp. Lisandro tinha enviado uma foto.
Na sala do Bosque dos Ipês, um gato tricolor estava sentado na mesa, olhando para a câmera com um ar de vigilância e defesa.
Ophélia ampliou a foto com os dedos, reconhecendo o gato cada vez mais.
Ela o tinha cuidado por dois meses, nutrindo-o de pele e ossos até se tornar robusto. Apesar de gatos tricolores serem parecidos, ela o reconheceu imediatamente.
Mas ele havia sido adotado pelo avô Lustosa do bloco doze, não deveria estar na casa dele agora?
Ophélia digitou imediatamente: "Por que ele está aí?"
"Lisandro", que nos últimos dias havia sido meticulosamente atencioso, não respondeu nada.
Em vez disso, encaminhou para ela um contacto: Gregório.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....