O aroma da primavera se intensificava entre as flores que brotavam nos galhos, e os dias se tornavam cada vez mais longos.
Ophélia saiu mais cedo do trabalho, enquanto Tarsila Fagundes e Clorinda Serrano apareciam novamente para aproveitar uma refeição.
Tarsila Fagundes falava com um sotaque carregado e, assim que chegou, foi procurar um termômetro para medir sua temperatura: "Vou ver se a febre baixou".
Quando Ophélia viu que ela havia tirado o termômetro do ouvido, tentou intervir, mas Tarsila já havia terminado a medição.
"Ah droga! Quarenta e dois graus! Será que vou morrer?"
Silêncio - Ophélia pegou o termômetro de volta e entregou a ela um novo que havia comprado, dizendo: "Este aqui está quebrado."
Após uma nova medição, 38.5 graus, Tarsila Fagundes colocou a mão no peito, ainda assustada: "Que termômetro ruim, quase me mata do coração."
"Ela também pegou gripe" - Clorinda Serrano sacudiu a cabeça, lamentando: "Nossa Cidade Nascente Três Estrelas, todo mundo pegando."
"Fui eu que te contagiei?" - Ophélia se sentiu culpada.
Tarsila Fagundes balbuciava, evitando o olhar: "Talvez não…"
Ophélia entendeu.
Clorinda Serrano piscou seus grandes olhos, curiosa: "Quem era? Um colega de trabalho?"
Ophélia acariciou sua cabeça, oferecendo-lhe um pastel de nata: "Não importa, coma isso".
Depois do jantar, Ophélia sentou-se no sofá para ler um artigo acadêmico recém-publicado, enquanto Tarsila Fagundes se aconchegava em suas pernas, resmungando de desconforto. Clorinda Serrano estava no carpete, mexendo em vários grupos de bate-papo.
De repente, ela franziu a testa: "Que absurdo".
"O que é?" - perguntou Ophélia.
Clorinda entregou seu celular: "Uma notícia que minha amiga me mandou, dizendo que as famílias Pascoal e Eça estavam jantando no Hotel Anjo, discutindo um casamento."
Tarsila Fagundes imediatamente se endireitou: "O quê?"
Era mais um furo de reportagem de uma mídia de fofocas invasiva, com fotos tiradas às escondidas.
Numa sala de jantar clássica e luxuosa do hotel, Kristina e seus pais foram capturados claramente na foto, enquanto da família Pascoal, só Queren aparecia.
Nos últimos dias, Lisandro ocasionalmente lhe mandava uma saudação.
Não se podia dizer que era um incômodo, já que, além do cumprimento, ele nunca enviava mais nada.
Ontem, Ophélia postou no Instagram uma foto do prato que havia preparado, e ele até curtiu.
Mas quando ela foi verificar, viu que ele havia retirado a curtida.
De qualquer forma, era tudo muito estranho.
No fim de semana, Ophélia combinou com sua avó de visitá-la.
A velha senhora sempre dizia que sentia sua falta, mas como os idosos geralmente têm imunidade mais baixa e ela já havia flertado com a morte algumas vezes, ela tinha que ser cuidadosa.
A gripe estava se espalhando rapidamente, então, por precaução, Ophélia esperou quatorze dias para ter certeza de que não estava com o vírus antes de visitá-la.
Ela pegou um táxi para a casa da família Pascoal e, quando chegou, viu um Rolls-Royce Phantom estacionando na mesma hora.
Ela não sabia que Gregório havia trocado de carro após o acidente, pensou que poderia ser de Fidelis Pascoal ou do irmão mais velho.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....