A velha senhora riu com um certo desdém, mas logo fez uma cara séria e soltou um "Tsc!".
Gregório viu que Ophélia não havia entendido o recado, então estendeu a mão e pegou por si mesmo a sacola de presentes que ela trazia.
Vazia.
Nada mais havia ali.
Ele olhou para Ophélia.
Ophélia parecia completamente calma, sem nenhum sinal de culpa.
Gregório, sentindo-se ‘abandonado’, não estava muito bem, principalmente quando viu a caneta Montblanc na mão de Gilberto.
Nem era tão especial assim.
Mas ele não tinha uma.
Gregório passou a língua nos dentes, amargo como se tivesse mordido um limão.
Ingrato. De todas as pessoas, ele era a que mais cuidava dela.
"Tudo bem. Você ainda me deu uma sacola." - Ele segurou a sacola vazia, seu tom tentando demonstrar satisfação: "Como você sabia que eu precisava de uma sacola?"
"..."
"..."
Ophélia ficou sem palavras com ele.
No silêncio estranho que se formou na sala, Queren massageava a testa, sentindo uma dor incômoda.
Fidelis Pascoal, segurando seu aparelho de medir pressão, estava quase pronto para usá-lo ali mesmo.
Gilberto, que não aguentava mais aquela situação, pigarreou: "Que tal jantarmos?"
Na sala de jantar, os empregados já haviam arrumado um banquete.
Ophélia ajudou a avó a ir até a sala de jantar, sugerindo: "Melhor tirar o cachecol, vai ser incômodo para comer."
A velha senhora aceitou o conselho: "Depois do jantar você me ajuda a colocar de novo."
Naquela idade, ela entendia uma realidade que os mais jovens não podiam compreender: a cada encontro, é uma despedida a menos.
Ela permaneceu ali, ao frio, até que o carro desaparecesse de vista.
De repente, uma figura surgiu atrás dela: "Tão relutante em deixá-la ir, quer que eu te leve para alcançá-la?"
A velha senhora quase perdeu a alma de susto, e deu-lhe um tapa no braço: "Moleque irritante, me deixe em paz!"
"O que a deixa tão irritada se eu sou apenas um obstáculo?" - Gregório cruzou os braços, encostado na moldura da porta, olhando para ela de lado: "Há dois meses você estava me mimando e agora está colocando obstáculos. É difícil entender você".
"Por que você maltrata a Ophie, fique longe dela!" - A senhora idosa sentiu uma pontada de dor: "Ela é tão indefesa, sem pais desde que era pequena, e você ainda a maltrata. Onde está sua consciência?"
"Eu estava errado." - Gregório suspirou, assumindo uma postura mais séria: "Faça-me um favor, ajude-me a trazê-la de volta."
"Eu não vou te ajudar, quem foi que disse para você não se meter?" - A velha senhora resmungou com força: "Eu não confio em deixá-la com você novamente. Você só herdou a minha beleza, mas não a minha lealdade. Nossa família Pascoal nunca teve alguém tão desprezível quanto você. Veja, seu avô se foi há tantos anos e eu nunca me casei novamente."
Gregório riu resignado: "Tudo bem, então não atrapalhe".
Ele se endireitou, abriu a porta para que sua avó entrasse e, enquanto ela o seguia, ele disse levemente: "Caso contrário, vou reclamar com o vovô, dizer a ele que você está impedindo o nascimento da bisneta dele, fazendo com que ele traga os ancestrais da família Pascoal para ter uma conversa séria com você à noite".
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....