Ophélia estava deitada no cobertor, olhando para o teto, e naquele momento, era difícil permanecer indiferente.
Certamente era porque ele havia mencionado sua mãe, que ela sentia vontade de chorar.
Essa era a ferida de Ophélia, um obstáculo que ela não conseguia superar.
A sensação de calor em seus olhos era incontrolável, e ela cobriu os olhos com as costas da mão.
Ela permaneceu em silêncio por vários segundos, pois sabia que, assim que abrisse a boca, o som de sua voz sufocada seria ouvido.
Mas Gregório parecia ter instalado uma câmera escondida em sua casa.
"Você está chorando?"
Ophélia rapidamente fungou, tentando fazer sua voz soar o mais normal possível: "Não."
O homem do outro lado do telefone permaneceu em silêncio.
Naquele momento, Gregório já estava na porta do apartamento, abrindo a porta.
A luz brilhante do interior e o ar quente e acolhedor correram para saudá-lo, como se fossem de um mundo completamente diferente do frio lá fora.
Ouviu a voz suave e nasalada de Ophélia no telefone, e seu coração se enchia como se pequenos insetos estivessem rastejando dentro dele.
Queria abraçá-la.
O que fazer?
Depois de um longo silêncio, Gregório segurou a maçaneta da porta e suspirou lentamente: "Ophélia, você é assim, você realmente me faz querer vê-la."
"Não venha! Obrigado pelo favor com a estrela de cinema, mas isso não muda nada, tudo está em seu lugar."
Ophélia desligou rapidamente o telefone, temendo que, se demorasse mais um segundo, ele realmente viria.
Gregório tirou o celular do ouvido e olhou para o apartamento à sua frente.
Depois de voltar ao país, ele passava a maior parte do tempo nesse apartamento, pois ficava perto da empresa e era conveniente.
Mas, com exceção de algumas horas de sono, ele raramente ficava lá.
Ophélia olhou para o calendário.
O prazo para pegar o certificado após o período de reflexão era de apenas um mês, e com Gregório adiando cada dia, o Ano Novo estava chegando, e o registro civil estaria fechado, atrasando tudo por pelo menos mais uma semana.
Então, ela tomou a iniciativa de ligar para Gregório.
Gregório estava em uma reunião quando viu a chamada no celular, com sentimentos mistos.
Ficou feliz porque Ophélia havia ligado para ele.
Mas se ela estava ligando, com certeza não era por uma boa razão.
Mesmo sabendo que não ouviria nada que gostasse, Gregório ainda assim interrompeu a reunião, pedindo um intervalo de cinco minutos, e saiu da sala de conferências.
Ele atendeu à chamada e, antes que Ophélia pudesse falar, ele tomou a iniciativa: "Recentemente, fui diagnosticado com um coração de vidro, que se quebra facilmente quando atacado, então sugiro que você diga algo que eu gostaria de ouvir".
Ophélia teve vontade de revirar os olhos: "Você é cheio de problemas, hein".
Mas ela concordou: "Você prefere português ou inglês? Em português, você está livre amanhã? Em inglês, are you free tomorrow?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....