"Tem problema não."
Ophélia resmungou, seguindo seu caminho sem parar.
Quando voltou ao escritório, ainda estava visivelmente irritada. Rute e Selena, que acabaram de voltar do almoço, pararam a conversa ao ver a expressão dela.
Rute comentou: "Ouvi durante o almoço que vocês encontraram um homem incrivelmente bonito na clínica essa manhã, que foi largado pela esposa e veio se registrar na oftalmologia. O que passa na cabeça da esposa dele?"
Selena, tocando as têmporas, disse: "Isso é um problema. Não importa o quanto ele seja bonito, é um desperdício. Se dependesse de mim, eu o deixaria também".
Rute não concordou muito: "Não é bem assim. Um homem tão bonito, se não tivesse um problema, não estaria interessado em mim."
Ophélia só conseguia rir e chorar ao mesmo tempo, mas a irritação que Gregório havia lhe causado desapareceu.
Na verdade, havia uma refeição que acabara de ser entregue em sua mesa, de um restaurante britânico ao qual Gregório costumava levá-la.
Ophélia abriu a marmita, e Rute, atraída pelo aroma, veio provar um pouco, continuando a discussão com Selena.
"Esta manhã, a diretora tentou convencê-la, sem sucesso. Ela estava determinada, recusou-se veementemente, quase jogou sua marmita de aço inoxidável na cara da diretora."
"O paciente do leito 6?" - Ophélia perguntou.
O paciente do leito 6, Sra. Letizia, era bastante conhecido entre os colegas do hospital.
Sua filha, Onélia, de apenas nove anos, estava lutando contra o câncer há cinco anos.
"A questão é que todos sabemos qual é a situação atual de Onélia. Da última vez, ouvi seu médico dizer que ela não tem mais do que três meses de vida."
"Se a córnea pudesse ser transplantada para a mãe dela e o corpo doado para a Cruz Vermelha para pesquisa médica, além de chamar mais atenção para essa doença por meio de sua história, incluindo-a mais rapidamente na lista de doenças raras, no futuro isso poderia aliviar o fardo de outras crianças com essa doença - seria um benefício triplo."
Rute suspirou profundamente, voltando-se para Ophélia: "Irmã, o que você acha? Ela é sua paciente, por que não tenta convencê-la?"
Ophélia, saboreando camarões grelhados: "Teoricamente, você está certo."
"Existe um 'mas' nisso? E emocionalmente?"
"Emocionalmente" - disse Ophélia: "ninguém tem o direito de convencê-la."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....