Entrando no carro, Ophélia disse a Eloi: "Estou voltando para o Palmeiras Imperiais."
Gregório olhou para ela e perguntou: "Por que você está se mudando de volta?"
A razão era que os dias que ela passou no Bosque dos Ipês foram belos demais para ser verdade e dolorosos demais para serem reais. Ela não queria se lembrar de nenhuma das duas partes.
A mudança inicial para lá também foi por causa de Bráulio, uma medida temporária. Agora que o perigo representado por Bráulio havia sido eliminado, ela se sentia muito mais à vontade vivendo no Palmeiras Imperiais.
Agora, o Palmeiras Imperiais era o que ela chamava de lar, um lugar onde se sentia relaxada.
"Você se preocupa demais".
Depois de dizer isso, Ophélia se lembrou de que, nessa mesma viagem de carro, Gregório já havia dito algo semelhante, mas, naquela época, ele a chamava ironicamente de "Sra. Pascoal" - e agora estava prestes a se tornar seu ex-marido.
Havia um sentimento de ciclo completo.
Gregório, aparentemente não se lembrando, disse com um tom irritante: "Como assim, se divorciar te fez entrar numa fase de rebeldia?"
Ophélia não tinha desejo de conversar com ele. Inicialmente olhando a paisagem pela janela, ela abaixou a cabeça para ver uma mensagem no WhatsApp quando seu celular tocou.
Gregório deu uma olhada desinteressada na tela dela.
Os emojis coloridos indicavam claramente que não era Bertram.
Seu olhar fixou-se no nome do grupo.
"Cidade Nascente Três Estrelas?" - Gregório mastigou o nome, achando a conexão dela com essas coisas peculiares engraçada.
Ophélia imediatamente virou a tela: "É educado bisbilhotar o celular dos outros?"
Clorinda Serrano havia criado um grupo de três pessoas, onde ela e Tarsila Fagundes passavam o dia inteiro enviando mensagens freneticamente.
Desde reclamações sobre o almoço aparentemente requentado do dia anterior até fofocas sobre celebridades que escondiam casamentos e traições: esse cara era muito "Gregório".
Para eles: "Gregório" - havia se tornado um adjetivo.
Toda vez que Ophélia abria o WhatsApp e via o nome do grupo, não conseguia deixar de se sentir um pouco constrangida.
Era um mistério o estado de espírito de Clorinda Serrano ao escolher esse nome.
Eloi, olhando pelo retrovisor, lançou-lhe um olhar silencioso.
O que você acha?
Observando a figura dela entrar no lobby do prédio, Eloi ponderou por um momento antes de falar hesitante: "Sr. Gregório, talvez não seja apropriado que eu diga isso..."
Gregório esteve ocupado o dia todo e agora se sentia um pouco cansado. Ele se recostou na cadeira e massageou as têmporas: "Você já sabe que não é apropriado, então por que ainda está falando?"
Eloi então ficou em silêncio.
Ele deu a volta no carro, e a pessoa que estava atrás falou novamente, em um tom preguiçoso: "O que você estava tentando dizer?"
Na verdade, Eloi estava prestes a desistir, mas quando olhou para o homem, que, apesar do cansaço, parecia relaxado, algo bem diferente de antes.
Desde que Ophélia se mudou do Bosque dos Ipês, seu humor estava péssimo, sempre carrancudo. Teve um período que melhorou, pois durante alguns dias, Ophélia estava hospedada na Mansão Pascoal.
"Você deveria conversar direito com sua esposa, ela é do tipo que se convence com jeitinho, você sabe disso melhor que ninguém."
Gregório não o repreendeu por falar demais, apenas murmurou em um tom indiferente: "Como? Ela não se deixa persuadir, nem com jeitinho nem com força, seu coração é mais duro que pedra."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....