Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 101

O som frio e mecânico do bip foi ouvido por Lisandro enquanto esperava em pé na frente da mesa para pegar os documentos.

Gregório afastou o telefone do ouvido e resmungou: "Desligando o telefone desse jeito, tão determinado, será que eu entendi direito? Você já encontrou um novo amor em tão pouco tempo".

Desde que retornou ao país, seu humor estava instável, mais imprevisível do que o índice do mercado de ações.

Lisandro ponderou por um momento e, da pilha de documentos no canto superior esquerdo da mesa, retirou uma pasta amarela que estava embaixo de todas elas.

"O contrato foi preparado pelo advogado há quatro dias, eu coloquei um post-it nele, mas você não deve ter visto."

Gregório lhe lançou um olhar enigmático, pegou a pasta e calmamente começou a folheá-la, enquanto dizia: "Parece que você tem me criticado muito ultimamente."

De repente, como se um caldeirão tivesse caído do céu, Lisandro não sabia de onde havia tirado tais conclusões, uma tremenda injustiça: "Sr. Pascoal, juro por minha honra que não!"

Gregório se inclinou casualmente na cadeira de couro: "Ah. Então deve ser só porque não vou com a sua cara mesmo."

Lisandro: ... Afinal, ele é o chefe.

Ophélia estava certa, sobre um acordo que não envolve propriedades nem a guarda dos filhos, era realmente o contrato mais simples possível.

No entanto, Gregório aplicou um rigor semelhante ao de um corretor de provas do ENEM, examinando cada página do contrato, apontando cada pequeno detalhe.

"Essa fonte é Arial? Por que é tão feia?"

"Aqui deveria ter um ponto e vírgula, por que usaram ponto final?"

"O que significa 'ruptura afetiva'? Que termo é esse. Divórcio sempre significa ruptura afetiva?"

Ele pegou uma caneta e riscou as palavras "ruptura afetiva" - não satisfeito, desenhou um quadrado ao redor e preencheu-o de preto.

Lisandro estava confuso: "Sr. Pascoal, o senhor e sua esposa não estão suficientemente distantes emocionalmente?"

Essa pergunta fez com que Gregório parasse com suas manobras infantis.

Ele olhou para Lisandro novamente, ainda mais enojado: "Você estudou português? Algo precisa existir fisicamente antes de se romper, e como eu e ela não temos sentimentos, como pode haver um rompimento?"

Lisandro: "..."

Então.

Ophélia não estava cega para os esforços óbvios de Clorinda Serrano.

"Gregório e eu ainda não finalizamos os papéis do divórcio, pelo bem da reputação de seu irmão, é melhor você parar de tentar nos juntar."

"O que há para temer, todo mundo já sabe que vocês dois estão divorciados, os papéis foram resolvidos em pouco tempo." - Clorinda Serrano disse com despreocupação: "Além disso, você e meu irmão quase não tiveram nada, Gregório e a Sra. Kristina estão prestes a ficar noivos."

"Eles são eles, eu sou eu" - disse Ophélia.

Gregório já tinha seus encontros com Kristina mesmo durante seu casamento, o que não parecia incomodá-lo, mas isso a incomodava.

"Ainda não resolvi completamente o último casamento, e já entrar em outro, não é responsável nem para comigo mesma nem para com os outros. Não gosto dessa situação ambígua."

"O que há de ambíguo nisso? Não há ninguém tentando evitar suspeitas tão claramente quanto você, que nem sequer fala com meu irmão." - Clorinda Serrano fez beicinho: "Você não gosta do meu irmão? O que há de errado com ele?"

"Eu não disse que havia algo de ruim nele" - respondeu Ophélia: "Embora eu tenha terminado os procedimentos, não estou pensando em começar um novo relacionamento."

Amando apenas uma pessoa, ferida a ponto de não ter mais forças, passando por uma dor de cortar a alma para superar isso, seria muito difícil para ela se permitir amar outra pessoa novamente.

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