VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 247

“Renato adoeceu, eu o trouxe aqui.”

Lívia estava um pouco incerta de como enfrentar Martim.

Martim, ao ver como ela estava tensa, também não tentou se aproximar.

“Tentei entrar em contato contigo nos últimos dias para discutirmos sobre a transferência do teu irmão Lázaro para outra instituição, mas não consegui falar contigo.”

Lívia franziu os lábios: “Martim, estou preocupada que o meu irmão Lázaro não suporte as turbulências do avião e o ambiente estrangeiro, decidi deixá-lo aqui.”

Martim ficou surpreendido: “Mas não tínhamos combinado que o laboratório no País Y estava pronto para receber o paciente…”

Lívia balançou a cabeça firmemente: “Não quero mais incomodar, Martim. Já decidi, desculpe.”

Ela disse isso e estava prestes a sair quando Martim, com uma sombra de preocupação, perguntou com a voz um pouco tensa.

“Lívia, você descobriu alguma coisa?”

Lívia parou, já que Martim tinha trazido o assunto à tona, ela também queria esclarecer.

Ela se virou, encarando Martim.

“Martim, está a falar do acidente de carro que você sofreu há quatro anos, do pedido de casamento da Sra. Faria, ou do fato de que a instituição médica no País Y foi algo que você financiou do seu próprio bolso especialmente para meu irmão Lázaro?”

Seu olhar estava frio.

Ela não era idiota, a razão por trás das ações de Martim era óbvia.

Mas Lívia não se sentia honrada por isso, só não conseguia entender, sentindo-se ofendida e desconfortável.

Martim parecia ligeiramente em pânico, dando um passo à frente.

Lívia, instintivamente, deu um passo para trás, agora incerta de como ver Martim.

Será que durante todo esse tempo, ele sendo o médico principal do seu irmão Lázaro foi uma estratégia calculada?

Martim sorriu amargamente, sua Adam's apple se movendo levemente antes de dizer, resignado.

“Passei anos a imaginar várias formas de me declarar a você, mas nunca pensei que seria assim... realmente lamentável, me desculpe.”

Ele abriu os braços, e então continuou mais seriamente.

“Talvez você pense que o nosso primeiro encontro foi aquele mal-entendido quando você estava no primeiro ano do ensino médio e eu no terceiro. Mas, na verdade, não foi nosso primeiro encontro.”

Lívia ficou surpresa, tentando se lembrar, mas não conseguia pensar numa ocasião anterior em que tivessem se encontrado.

Vendo a sua confusão, Martim pegou seu celular, abriu o WhatsApp, ampliou a foto do perfil e mostrou-a a Lívia.

Lívia sentiu-se um pouco envergonhada, ela realmente se lembrava, mas só do gato, Martim permanecia uma memória vaga.

“Naquele ano em que você estava no primeiro ano do ensino médio, nós também dançamos na aula da Professora Amélia porque eu soube que você estava interessada em tornar-se aluna dela, então eu fui lá primeiro para aprender com ela.

Naquela época, ambos éramos estudantes, eu não queria incomodar você, então mantive os meus sentimentos escondidos, pensando que quando você fosse para a universidade, eu definitivamente confessaria os meus sentimentos e te perseguiria oficialmente.

Nunca teria imaginado que, no ano do seu vestibular, eu sofreria um acidente de carro, perdendo a sensibilidade nas pernas…”

Martim era uma figura emblemática na escola, com a sua vaga garantida na Universidade da Ivy League, enquanto Lívia, no final do primeiro ano do ensino médio, o via graduar-se e partir para o exterior.

Ele sofreu um acidente de carro no exterior, um fato desconhecido pela escola.

Lívia lembrava como os professores e colegas frequentemente mencionavam o talentoso aluno mais velho.

Quando todos pensavam que ele estava a prosperar no exterior, na verdade, ele estava a lidar com a dor e o desafio de uma deficiência, o que a fazia refletir com melancolia.

“Martim é muito forte, conseguiu se reerguer.”

O sorriso de Martim permanecia sereno, como quem já enfrentou diversas tempestades, agora apreciando a calmaria.

“Houve momentos de desespero e colapso, cheguei até a consumir remédios para dormir em excesso, e foi após esse episódio que minha mãe quase me perdeu e, por acaso, encontrou meu diário…”

Martim olhava nos olhos de Lívia e disse: “Ela me viu como a sua esperança de cura, voltando ao Brasil para pedir minha mão à Família Paiva. Depois que soube, conversei com ela e prometi que iria recuperar, então ela foi esclarecer as coisas com a Família Paiva, mas naquele momento você já tinha…”

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