VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 13

Lázaro era a única pessoa na Família Cabral que tratava Lívia bem.

Tadeu era viciado em bebida, jogos e ainda cometia violência doméstica; Margarida era egoísta, só pensava em si mesma.

Aos dez anos, Lázaro e Lívia dependiam um do outro, e quando não tinham como escapar, ele a abraçava enquanto ambos apanhavam.

Naquela noite de tempestade de neve, Tadeu perdeu o dinheiro no jogo e, completamente embriagado, agrediu Lívia violentamente.

Quando Lázaro soube, fugiu da escola pulando o muro e, ao chegar, encontrou Lívia tendo mordido uma das orelhas de Tadeu e quase morta de tanto apanhar, com sangue por toda a casa.

Lázaro carregou Lívia até a Família Vargas para procurar ajuda, mas descobriu que estavam todos num cruzeiro, celebrando a primeira apresentação de Neva Vargas no violino.

Sem outra escolha, Lázaro caminhou com Lívia nas costas por três horas na noite até chegar à antiga casa da Família Paiva, onde finalmente Lívia foi adotada.

O tempo voou, e catorze anos se passaram.

Naquela época, o irmão tinha conquistado uma nova chance de vida para Lívia, e agora ela também não desistiria dele.

"Não se preocupe, o seu irmão está estável. O País Y inaugurou um laboratório especializado em reanimar pessoas em estado vegetativo, estou a pensar em enviar o seu irmão para lá. E você, por ter passado na entrevista com a Dra. Larissa, também vai para o País Y..."

"Ser um sujeito de experimentos médicos?" Lívia hesitou.

Martim assentiu: "O responsável, Professor Geraldo, é uma autoridade em neurociência. Eu garanto que o seu irmão não estará em piores condições do que agora.Eu não vou enganá-la."

Lívia então se lembrou do dia em que se conheceram, abrigando-se da chuva juntos, quando ela o acusou de assédio e lhe deu uma chapada, ordenando que ele se fosse embora.

O rapaz não se explicou e simplesmente foi embora na chuva, mas ela se deu conta de que tinha sido uma placa de publicidade partida movida pelo vento a verdadeira culpada.

No dia seguinte, ela encontrou Martim na escola, por coincidência vestindo um moletom igual ao dela. Ela correu para se desculpar, mas ele recuou defensivamente, apontando para a roupa.

"Eu juro que não sou um pervertido."

Lívia ficou mortificada, ainda sentindo o rosto a aquecer só de se lembrar.

Ela cobriu o rosto: "Martim, vamos esquecer isso..."

Martim não pôde conter o riso, os olhos por trás dos óculos brilhando com alegria.

"E quanto ao tratamento, vai ser muito caro?"

"Não se preocupe, não será exorbitante. Além disso, estou a planear voltar à minha alma mater para mais estudos e provavelmente me juntar ao instituto de pesquisa."

"Isso é ótimo! Martim, não sei nem como agradecer." Lívia se sentiu completamente aliviada e extremamente grata.

"Deixe-me ver."

Martim se inclinou para ajudá-la a soltar o cinto.

"Pronto." Ele a olhou sorrindo, e por um momento ficaram muito próximos.

Lívia, desconfortável, agradeceu rapidamente e saiu do carro, acenando através da janela.

"Martim, dirija com cuidado na volta."

O beco do antigo bairro era estreito, Lívia acompanhou com o olhar enquanto Martim manobrava o carro com segurança para fora, antes de se virar para entrar no prédio.

A noite já tinha caído completamente, a luz ativada pelo som estava defeituosa, Lívia estava prestes a pegar no seu telefone para iluminar o caminho, quando uma força poderosa de repente a atacou pela cintura delicada.

“Ah!” Lívia gritou, suas costas batendo fortemente contra a parede.

“Então é isso, um amor tão doce, tão relutante em se separar, ele é a sua nova escolha? Tolice, você acha que ele é algum tipo de santo?” A voz fria e aquosa do homem soou.

Lívia reconheceu a voz, as suas pernas fraquejaram e ela deslizou para baixo, mas foi imediatamente segurada pela cintura contra a parede pelo homem.

Ela, ainda atordoada, fixou o olhar no contorno borrado do belo rosto dele, irritada, decidiu provocá-lo, respondendo com sarcasmo.

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