Vida Ruim! Aperte Delete! romance Capítulo 538

Assim que cheguei à porta do ateliê, percebi que algo estava estranho, mas antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, Rita saiu apressada com uma expressão preocupada.

"Lina, tem uma coisa que eu preciso te contar."

"O que foi?" Olhei para Rita daquele jeito e, sem saber por quê, um pressentimento ruim tomou conta de mim.

Mal tive tempo de processar esse sentimento.

De repente, ouvi uma voz arrogante e familiar: "Stella, é assim que seus funcionários tratam as pessoas? Eu já disse pra ela que sou sua mãe, mesmo assim ela não quis me deixar entrar!"

Levantei o olhar e vi Karina usando um vestidinho preto, maquiagem impecável, toda produzida.

Bastou um segundo para meu rosto esfriar: "Você já me deixou pra trás há tempos. Agora você é mãe da Julia, que relação tem comigo? Ou será que você só lembra que é minha mãe quando precisa de mim?"

"Você!!!" Karina ficou claramente furiosa.

Rita, por sua vez, ficou chocada, apontando o dedo para Karina: "Você... você é mesmo mãe da Lina?"

"Claro, e outra coisa, ela não se chama Lina, é Stella!"

Karina franziu a testa: "Stella, você acha que só porque adotou nome de gringa ficou chique?"

"Chique ou não, não sou eu que esqueço das minhas raízes a ponto de até esquecer da própria filha." Respondi, afiada.

Karina ficou vermelha de raiva, mas pareceu se lembrar do motivo de ter vindo me procurar.

Respirou fundo para segurar o incômodo: "Stella, não vim aqui pra brigar, vamos conversar ali na cafeteria da esquina?"

"Desculpa, não tenho interesse." Dei de ombros. "Tenho coisas pra fazer, por favor, senhora, pode sair do jeito que entrou."

Dito isso, virei as costas e entrei.

Karina ficou desesperada, correu e agarrou minha mão: "Stella, quem mandou você sair? Eu sou sua mãe de sangue!"

Rita riu com desprezo: "Se não acredita, posso chamar meu pai e minha irmã aqui."

E já pegou o celular.

Vendo que Rita ia mesmo ligar, Karina se apressou: "Não foi isso que eu quis dizer."

Depois voltou-se pra mim: "Vim aqui hoje só pra conversar, matar a saudade. Você não quer saber por que me separei do seu pai?"

Talvez, antes, eu teria querido saber.

Mas agora, não tinha mais interesse: "Não quero saber."

"Você vai querer sim. Não tem curiosidade de saber por que Alfredo não ficou com você? Nem um pouco curiosa sobre quem é Alfredo de verdade?"

Karina me olhou, tentando arrancar uma reação. "Eu sei que você não quer me ver, mas vamos conversar outra hora. Se não aceitar, vou vir aqui todo dia, e quem vai passar vergonha vai ser você."