No fim das contas, minha voz já saía apenas com pânico, o nervosismo impossível de esconder.
Aquilo era muito importante pra mim.
Pra ser bem sincera, eu só queria entender direito essa situação.
Marcos parecia já esperar que eu fosse perguntar, e falou com um tom complicado:
"...Stella, você quer ouvir a verdade ou uma mentira?"
Meu coração, que até então parecia suspenso no ar, despencou de repente.
Eu não era burra, só pelo jeito que Marcos falou, já entendi tudo.
Uma tristeza amarga e inexplicável tomou conta de mim, sufocando meus pensamentos.
Por um instante, até senti que não conseguia respirar, como se alguém apertasse meu peito com força, tentando arrancar meu coração.
Quando consegui falar de novo, minha voz saiu rouca:
"Então ela também sabia."
Marcos ficou sentido, falou com carinho:
"Stella, precisa que o mestre faça alguma coisa por você?"
Não respondi. Só de pensar que Karina sabia de tudo o que aconteceu comigo na época,
mas mesmo assim nunca veio me buscar...
Meus olhos arderam, quase vermelhos:
"Mestre, você achou o áudio, não foi? Me manda, por favor."
Eu precisava ouvir aquilo pra perder de vez qualquer esperança com Karina.
A partir de agora, eu ia considerar que meus pais que um dia me amaram estavam mortos.
Mortos desde o dia do divórcio.
Marcos percebeu o tremor na minha voz, pensou um pouco e finalmente, sem alternativa, concordou:
"Tá bom, eu vou te mandar agora."
Assenti, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa—
"Ô gata, tá bebendo sozinha? Que solidão, hein... Vem tomar uma com a gente aqui, pô!"
Fui interrompida. Virei o rosto e dei de cara com uns quatro ou cinco caras, todos bêbados, se aproximando com aquela cara nojenta. Minha expressão ficou fria na hora.
Nem precisava dizer nada, até Marcos ficou aflito do outro lado:
"Stella, onde você tá? Por isso que tá esse barulho todo aí—"
"Claro que brigaram! Tenho a localização dela, vou te mandar, chega lá em dez minutos."
Assim que terminou de falar, Marcos mandou o endereço pro Alexandre.
Minha carinha preciosa era linda demais, não podia acontecer nada com ela.
—
Guardei o celular no bolso e virei pra sair dali.
Mal dei um passo, o careca e os outros já me cercaram.
"Quem disse que você podia sair? Nem respondeu minha pergunta! Não quer beber com a gente porque acha que é melhor que a gente, é?"
"Moça, sabe com quem tá falando? Se a gente te chama pra beber é um favor pra você!"
Sem mudar a expressão, olhei direto pro rapaz do bar:
"O ambiente é de vocês, cadê o segurança?"
Os caras do bar baixaram a cabeça, sem coragem de me encarar.
O careca riu de um jeito sinistro:
"Segurança sou eu mesma! Cobro até proteção aqui, minha filha. Nem o dono do bar manda mais que eu, se ele aparecer vai ter que me lamber as botas."
Comentários
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Parou as atualizações???...
Maravilhoso...
Vai ter atualização?...
Kd as atualizações???...
Fantástico,espero que continue a atualizar...