Na casa dos pais de Marina, enquanto Victor se senta à mesa, conversando com o sogro sobre assuntos cotidianos, na cozinha, Daniela e Marina têm uma conversa mais íntima.
— E como estão as coisas entre você e o Victor, minha filha? — Daniela pergunta, enquanto mexe na panela que está no fogão.
— Estamos bem, mãe. Mas confesso que estamos tão atolados de trabalho que mal sobra tempo para nós dois — admite, cruzando os braços e se apoiando na bancada da pia.
Lançando um olhar de preocupação para a filha, Daniela comenta:
— Isso é bom para manter a mente ocupada, mas será que é saudável para um casal que acabou de se casar?
Suspirando pesado, Marina olha para o chão por um momento antes de responder:
— Não sei, mãe. Mas achei que, assim, o Victor não ficaria remoendo tanto o que aconteceu com a família dele.
A mãe para o que está fazendo e se aproxima, colocando a mão no ombro da filha.
— Você também precisa pensar em si, Marina. Não pode carregar tudo sozinha. Casamento é parceria, e talvez vocês precisem encontrar um equilíbrio. Afinal, é importante viver o presente e não apenas tentar esquecer o passado.
— Eu sei, mãe. Desde que o Victor e eu nos conhecemos, parece que a nossa vida é uma sucessão de turbulências — confessa, suspirando e ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— E por isso mesmo vocês precisam tirar um tempo só para vocês dois — aconselha Daniela, com um tom maternal. — Tirem umas férias, façam uma viagem, nem que seja para um lugar aqui perto. O importante é se desconectarem de tudo por um tempo.
Marina sorri, mas o olhar ainda demonstra a preocupação que sente.
— Acho que o Victor nem consideraria essa ideia agora. Ele está com tanto trabalho acumulado… parece até que precisa carregar o mundo nas costas.
— Minha filha, às vezes as pessoas precisam ser incentivadas a desacelerar — Daniela diz, apertando levemente a mão da filha. — Você é a parceira dele, e se existe alguém que pode convencê-lo, é você. Mostre para ele que cuidar de um relacionamento também faz parte do processo de superar as dificuldades.
Refletindo sobre as palavras da mãe, Marina sorri, finalmente mais animada.
— Talvez você tenha razão, mãe. Acho que vou conversar com ele sobre isso. Quem sabe ele não topa?
— Tenho certeza de que ele vai. No fundo, todo mundo precisa de um momento de respiro.
Quando encerram a conversa, levam os pratos até a mesa e se sentam.
O jantar é servido em meio a risadas e conversas agradáveis. A comida caseira e o ambiente acolhedor distraem todos. Após algumas horas desfrutando da companhia dos pais dela, eles se despedem e começam a caminhada de volta para casa, aproveitando a tranquilidade da noite.
Enquanto andam de mãos dadas pelo condomínio, Marina quebra o silêncio com uma observação casual:
— Está tão quente esses últimos dias, não acha? — pergunta, abanando o rosto com a mão livre.
— Sim, está. Quente demais até para o meu gosto — Victor responde, olhando para ela com um leve sorriso.
— Ainda bem que amanhã é sábado. Quero dormir um pouco mais — ela comenta, esticando os braços como se já estivesse se preparando para uma manhã preguiçosa.
Parando abruptamente no meio do caminho, Victor a puxa suavemente para mais perto.
— Eu estava pensando em outra coisa — confessa, com um brilho nos olhos que chama a atenção dela.
— E o que seria? — pergunta, estreitando os olhos, desconfiada, mas sorrindo.
— Uma viagem — revela, deixando as palavras no ar por um momento.
Marina fica momentaneamente surpresa, a expressão dela reflete incredulidade e curiosidade.
— Sério? — ela finalmente pergunta, inclinando ligeiramente a cabeça.
— Sim. Eu já estava pensando nisso antes, mas hoje me dei conta de que não devo mais perder tempo — ele revela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...