Noah Walker
Minha cabeça estava girando com as todas as informações que recebi nas últimas duas horas, minha irmã entre a vida e a morte. Senti que os médicos não quiseram nos dar muita esperança em relação ao seu estado.
Ainda no carro, quando o Antony nos contou sobre a minha tia estar preocupada, observei no olhar de minha esposa o que estava passando por sua cabeça. Aceitei o seu carinho e tudo o que ela estava fazendo por mim naquele momento.
Porque ainda não consigo acreditar que a minha mãe tenha feito algo tão sério assim, tem que haver uma história por detrás de tudo isso, tem alguma merda das grandes sendo escondido e descobrirei o que aconteceu.
Quando o nosso carro estacionou na frente da casa da minha tia, percebi que o carro da Clara estava parado um pouco mais a frente, o que já me preocupou bastante. Emy puxa o meu rosto na sua direção, seu olhar tinha preocupação. A puxo para um abraço e tento centrar meus pensamentos e receios.
— Não se preocupe, estou mais tranquilo. — Digo escondendo as minhas preocupações em minha voz.
— Amor, você não está tranquilo… — Ela fala enquanto a mantenho presa em meu peito. — Apenas saiba que estou aqui. — Concordo e agradeço por ela estar hoje ao meu lado.
Saímos do carro, antes que os diversos jornalistas se amontoassem ao redor de nosso carro. Caminhamos em direção à entrada da casa da minha e somos recebidos por minha prima que estava com um olhar triste em seu rosto.
— Oi, Noah, vim assim que soube. — Clara me puxa para um abraço, retribuo com carinho.
— Acabamos de sair da casa da minha mãe, mas aparentemente ela resolveu viajar. — Digo com uma certa raiva.
— Vem, vamos entrar, pelo visto vocês atraíram bastante atenção. — Antes de entramos, minha prima nos aponta para os carros que começam a chegar no início da rua.
Entramos na casa de minha tia e avisto que praticamente toda a família está ali esperando por notícias.
— Estou apenas esperando por vocês, o seu motorista disse que vocês estavam vindo. — Minha tia fala enquanto se levanta para me abraçar.
Sinto o seu abraço cheio de afeto e carinho, tinha certeza que de alguma forma minha tia tentava me dar o que não recebi nos últimos anos da minha própria mãe.
Sem contar que hoje se criou uma dúvida enorme na minha cabeça…
Caminhamos para a sala onde todos estavam, abracei a todos assim como a Emy fez também.
Minha esposa estava inquieta, talvez um pouco mais do que eu, sabia que ela queria que minhas preocupações terminassem, assim como também queria ter alguma resposta sobre o que estava desconfiando.
— Silvia, hoje o Noah fez um exame de sangue para comprovar a compatibilidade sanguínea, para realizar a doação para a Ângela, fomos surpreendidos com o fato de que o sangue deles não é o mesmo! — Observo a minha tia enquanto a Emy conta o ocorrido, estranho a sua reação.
Minha tia me olha com preocupação, ela simplesmente desaba no sofá com as duas mãos no rosto, meu olhar muda da minha tia para a minha esposa, que estava tão confusa como estava com aquela reação.
— Querido, o que vou falar com você é apenas algo que essa velha ouviu a muitos, muitos anos, você ainda era tão pequeno… — Me sento no sofá e observo as lágrimas de minha tia que estavam se formando.
— Então existe alguma possibilidade de que… que… — Não consigo externar as minhas preocupações e nem meus receios.
— Vou contar a história que sei, devido ao que ouvi, sua mãe fez de tudo para que eu morresse a míngua. — Concordo com a cabeça e me acomodo melhor no sofá para entender o que ainda não sei.
— Um dia fui até a sua casa para visitar você e seu pai, mas como sempre ele não estava em casa, ainda continuava tendo problemas com o casamento. Seu pai antes de se casar era apaixonado por outra mulher. — Olho para a minha tia que tinha um pedido de desculpa.
Eles esperavam a porra de uma foto para estampar as manchetes, já até imagino: “Jovem herdeiro bilionário, foi roubado na maternidade” ou “Família Walker, ganancia e poder”.
Viro o conteúdo do copo de uma única vez, sinto o sabor e o líquido descendo por minha garganta queimando, algo que me faz centrar as minhas ideias, preciso chamar meu investigador e procurar por essa Enora, tenho que saber se ela continua viva.
A cada dia me decepciono mais ainda com a Marta, sempre soube que ela era uma mulher que prezava o dinheiro e o poder que o sobrenome Walker lhe proporcionava. Nunca pensei que ela poderia chegar a tão baixo assim, que estaria tão disposta a subir na vida que pudesse roubar uma criança.
— Noah, sei que a informação é vaga, mas acho que agora você pode lutar contra o que ela acusar você, não se engane, a Marta só se importa com ela mesma. — Ouço a minha tia, olho para a minha esposa que se mantinha sentada, apenas esticou a mão como um convite.
Me aproximei da minha esposa e beijei o topo da sua testa, seguro sua mão e deixo outro beijo ali. Me acomodo melhor no sofá e puxo a minha esposa para o meu peito, com a outra mão começo a passar por sua barriga protuberante, sinto um chute sutil do nosso bebê.
Um bebê que se mantém em um suspense, até agora não conseguimos descobrir, mesmo que estejamos desconfiados que seja outra menina.
— Acho que devemos ir para casa Emy, caso os médicos liguem será melhor para ir até o hospital. — Digo a minha esposa, não tem nenhuma chance de que vá para a empresa hoje, confio que o Mike cuidará da empresa como dele.
— Tudo bem, podemos ir. — Ela me dá o seu melhor sorriso.
Me ergo do sofá e ajudo a minha linda esposa a ficar em pé, me afasto dela e começamos a nos despedir de todos para que pudéssemos ir para casa.
Minha mente ainda estava fervilhando com as informações que havia recebido, agora precisava pensar com calma e descobrir o que farei com elas.
E principalmente preciso descobrir quem sou…
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: SUA ESTAGIÁRIA
Muito bom,posta mais...
Posta mais, por favor...