Acordo pela manha com o despertador tocando.
Tomo meu banho e me arrumo.
Estou com tanta preguiça que não quero dirigir, decido mandar mensagem para o motorista da casa para ele deixar o carro preparado para me levar.
Após 5 minutos estou pronta, me vesti casualmente, calça jeans, blusa de alcinha e tênis, quero trabalhar confortavelmente hoje.
Desço e encontro Phil já dentro do carro, fui apresentada aos funcionários quando me mudei, mas ainda não tive uma conversa informal com eles.
- bom dia.- digo entrando no carro.
- bom dia senhora.- Phil me responde.
- Opa, pode ir parando por ai, nada de senhora, me chame de Ella.- digo fingindo estar brava.
-sim, claro, onde deseja ir ella?- ele pergunta como se sempre houvesse me chamado assim, sorrio e ele também.
- para a empresa.- digo. - me diga Phil, o seu trabalho é só ser meu motorista nos dia de preguiça extrema ou tem outros afazeres? - pergunto rindo.
- serei seu motorista sempre que desejar, mas também sou encarregado da segurança da senhorita quando estiver comigo, também levo as moças da cozinha para fazer a compra do mês.- ele diz.
- interessante, acho que eu não daria conta de fazer tudo isso, ainda mais na parte do mercado, não chegaria metade do que foi comprado.- digo e ele RI.- mas pra trabalhar tudo isso o seu salario deve ser bom, certo?
Quando faço essa pergunta ele se remexe no banco.
- meu salario é o mesmo desde que seus pais ainda morava aqui.- ele diz.
Algo alerta em mim, faz muitos anos que meus pais morreram, a economia de hoje não é a mesma de antes, o valor do dinheiro não é o mesmo de antes.
- Phil, por favor me diga que você sempre foi muito bem pago. - imploro e ele da um sorriso fraco.- você tem filhos?
- tenho sim, dois eles moram comigo, o mais velho tem 10 anos e a mais nova 8.- ele diz.
- e se não estou enganada vocês moram na propriedade certo?- sei que por eu morar numa grande mansão tem a ala do funcionários.
- sim, mas não se preocupe meus filhos não dão trabalho, eles vão para a escola de manhã e a tarde fazem atividades escolares.- ele diz, sinto o medo dele de ser despedido.
Não digo nada pois já chegamos , dou um tchau para ele e saio em direção a empresa.
Consertei a situação na empresa mas não vi a bagunça que ficou a minha casa no último ano, os funcionários estão ali pois sabem como é difícil conseguir um emprego nos ultimamente e mesmo recebendo uma mixaria eles ainda ficam, pois já é um dinheiro que da pra colocar comida na mesa.
Passo a manha toda em meu escritório pensando nos funcionários de casa.
Quando da a hora de ir almoçar decido ir para casa, mas não LIGO para Phil.
Pego um taxi e dou o endereço de casa.
Minha casa é em um local arborizado, um pouco afastado da cidade mas não muito, apenas no meio de varias arvores, à outras casas perto, mas todas tem uma distancia considerável uma da outra.
Assim que o taxi para em frente a minha casa, pago o motorista e desço.
A casa esta um silêncio que só, caminho em direção a cozinha e começo ouvir vozes.
- mas Annie, estou cansada.
- eu sei, mas precisamos manter a casa em ordem para a srta. Carter, não sabemos do seu temperamento e se ela decidir demitir a todos? Você sabe que não temos para onde ir.- ela diz.
- mas depois que Jane se casou e parou de trabalhar eu estou sozinha e você sabe que o dinheiro mal da para os remédios de minha mãe.
Começo a entrar na cozinha e assim que percebem minha presença ambas as mulheres ficam pálidas.
- Gabrielle? Creio que esteja na faculdade certo?- pergunto e ela abaixa a cabeça.
- eu estava cursando direito, mas como minha mãe ficou doente eu tive que trancar a faculdade e vim trabalhar no lugar dela.
Merda.
- Annie vamos fazer o seguinte, vou te dar total liberdade para contratar novos funcionários, e quanto as antigos, vão ter um aumento significativo no salario, contrate alguém para todo cargo que essa casa precise, e quero alguém para ajudar Gabrielle, ela trabalhará só meio período a partir de agora.- Annie arregala os olhos.
Mas oque prende a minha atenção e Gabrielle chorando.
- por favor, eu não posso trabalhar só meio período, minha mãe esta doente preciso pagar os remédios dela e juntar para quando ela for fazer uma cirurgia.- ela diz quase implorando.
- fique calma Gabrielle, não estou diminuindo o seu salario, só o seu tempo de serviço, você recebera a mais, mas você é jovem e devia estar cursando a faculdade, na verdade, pensando bem, não quero você trabalhando de faxineira, você voltara a faculdade e fara um estagio de meio período , apenas se você aceitar é claro.- digo para ela.
- a srta. Esta falando sério?- ela pergunta e vejo duvida em seus olhos.
- claro que sim e mais tarde vamos conversar sobre a sua mãe, mas nesse momento quero que Annie avise aos outros funcionários sobre a mudança.- digo e olho para Annie que se manteve calada.
Nesse momento ela se levanta e me abraça.
- Rosa ficaria o tão orgulhosa do que a filha dela se tornou.- ela diz me apertando mais, uma lagrima escorre pelos meus olhos.
- obrigada Annie, espero que vocês parem com esse negocio de me chamarem de srta. e me chamem só de Ella.- digo e ela da o sorriso mais lindo do mundo.
Elas saem do escritório e sinto que agora as coisas por aqui vai ser diferente.
Lembro que ainda não comi, e sei que com as noticias Annie não vai ter tempo de cozinhar para todos, sendo assim LIGO para um restaurante e peço um comboio de comida, exagero eu sei, mas foi isso que o atendente deve ter achado.
Espero a comida chegar pra chamar a todos para comer.
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