— Mas... Mas... — Natacha repetia “mas” sem conseguir terminar a frase. A hesitação estava estampada em seu rosto, e as lágrimas começavam a se formar nos olhos. Ela sabia que, se Joaquim forçasse ela a fazer amor, o bebê em sua barriga correria perigo. A sensação de desespero era avassaladora, cada batida do coração parecendo mais pesada e lenta.
Vendo isso, Joaquim sentiu seu coração afundar. Ele sempre teve controle sobre as situações, mas ali, diante da fragilidade de Natacha, se sentia impotente. Com um tom triste e abatido, ele perguntou:
— Então você me rejeita tanto assim? Nunca pensou em recomeçar comigo?
Natacha mordeu o lábio inferior, incapaz de encontrar uma resposta. Sob o olhar severo de Joaquim, ela permaneceu em silêncio, se sentindo esmagada pela culpa e pelo medo. As palavras ficaram presas na garganta, enquanto o peso de sua decisão se tornava insuportável.
— Entendi. Mas, se é assim, por que tiramos fotos de casamento? Você está desperdiçando nossos sentimentos! — Joaquim finalmente a soltou, dando uma risada amarga.
Ele pegou o casaco com movimentos bruscos e saiu batendo a porta. Quando ele saiu, o ar no quarto pareceu congelar, e o silêncio que ficou para trás era sufocante. Natacha sentiu o som da porta ecoar dentro de si, como se cada batida fosse uma facada em seu coração.
Ela segurou as lágrimas com todas as forças, mas não se arrependeu da decisão. Ela nunca aceitaria a proposta de Joaquim de dividir ele com Rafaela. Melhor esclarecer as coisas agora. Com Paulo falecido e o Grupo Camargo nas mãos de Joaquim, ela não via mais motivo para ficar ao lado dele.
Ela pousou a mão sobre a barriga, sentindo uma leveza na pele. Pelo menos, tinha um pequeno ser crescendo dentro dela para fazer companhia no futuro. Esse pensamento a confortava um pouco, dando força a Natacha para seguir em frente. Ela sabia que tinha que ser forte, não apenas por si mesma, mas pelo bebê que carregava.
...
No dia seguinte, Natacha foi ao hospital cancelar a licença e voltou ao departamento. O lugar tinha um cheiro familiar de desinfetante, e os rostos conhecidos dos colegas a acolheram de volta com sorrisos e cumprimentos. A normalidade do ambiente hospitalar trouxe a ela um estranho conforto, como se estivesse retomando um pedaço da sua vida que havia ficado para trás.
Gabriel, que raramente sorria, abriu um leve sorriso ao vê-la.
— Resolveu tudo em casa? — Perguntou Gabriel gentilmente, os olhos cheios de preocupação genuína.
— Sim. — Respondeu Natacha, um pouco envergonhada. — Desculpe por ter tirado uma licença tão longa, Dr. Gabriel.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...