Natacha ficou em silêncio, seus olhos abaixados enquanto murmurava:
- Mas o bebê de Rafaela... Você não me culpa mais por isso? - Sua voz estava carregada de dúvida e esperança, como se a resposta de Joaquim fosse determinar o curso de suas vidas. Ela olhava para baixo, evitando o olhar dele, seus dedos entrelaçados em um gesto nervoso.
Ela queria desesperadamente saber se, ao perdoá-la, ele aceitaria seu filho.
Joaquim, no entanto, não respondeu imediatamente. Ele não confirmou nem negou, deixando Natacha presa em um limbo de incerteza. Seus olhos, geralmente tão firmes e decididos, estavam agora distantes, como se lutasse internamente com a decisão de contar ou não a verdade.
A verdade que Natacha ainda não sabia era que o bebê de Rafaela nunca chegou a passar pela cirurgia.
Quando Joaquim entrou na sala, o médico estava prestes a começar, mas ele interrompeu o procedimento e tirou Rafaela de lá.
Agora, Felipe estava do lado dele, garantindo que Paulo jamais soubesse a verdade.
Natacha não sabia esses detalhes. Joaquim, por sua vez, enfrentava um dilema interno: deveria revelar toda a verdade a Natacha?
Conhecendo ela bem, ele sabia que ela jamais voltaria para ele voluntariamente se soubesse que Rafaela ainda carregava seu filho. Seu olhar perdido refletia a batalha interna que travava, a luta entre proteger Natacha da verdade dolorosa e a necessidade de ser honesto com ela.
Na ausência de uma resposta de Joaquim, a esperança de Natacha foi se esvaindo aos poucos. Ela desejava ouvir que tudo estava no passado, que ele não a culpava mais. Mas ele ficou em silêncio. Afinal, era o filho dele que Paulo forçou a tirar, como ele poderia não sentir dor e ressentimento? Joaquim apertava o volante, seus nós dos dedos brancos de tensão, enquanto tentava encontrar as palavras certas que não vinham.
Natacha deu um sorriso amargo e disse suavemente:
- Joaquim, eu não te culpo.
Antes, sem um filho, ela não compreendia a profunda conexão de sangue que ligava os pais aos filhos. Mas agora, com a vida crescendo dentro dela, começava a entender Rafaela e não guardava mais tanto rancor de Joaquim. Seus olhos brilharam com lágrimas não derramadas, enquanto ela lutava para manter a compostura.
Durante o trajeto, ambos ficaram imersos em seus pensamentos.
Joaquim sentia um peso no coração, especialmente após ouvir Natacha dizer que não o culpava. Aquelas palavras, ao invés de aliviá-lo, intensificavam sua dor. Ele sabia que seu silêncio estava destruindo qualquer chance de reconciliação, mas não conseguia encontrar as palavras certas. O som do motor do carro parecia amplificar o silêncio entre eles, cada quilômetro percorrido aumentando a distância emocional.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...