Cada palavra que saía da boca de Natacha parecia um golpe na alma de Joaquim, sua expressão cada vez mais sombria à medida que ela falava. Ele a olhava como se visse uma estranha diante de si. Natacha cruzou os braços, mantendo o olhar firme nele, uma mistura de desafio e dor em seus olhos.
- Natacha, você realmente disse isso? - Murmurou ele, descrença evidente em cada sílaba. A desilusão se estampava em seu rosto enquanto balançava a cabeça lentamente. - Quando você se transformou assim? Tão fria, tão cruel?
Um tremor percorreu o corpo de Natacha, mas ela sustentou sua pose com teimosia, se mantendo firme diante dele. Observando a reação devastadora de Joaquim, ela sentiu como se tivesse atingido seu objetivo. Ela tinha “conseguido”. Ela havia “conseguido” afastar o homem que amava mais do que tudo, empurrando-o para os braços de outra mulher.
Joaquim jamais saberia a intensidade da dor que aquelas palavras infligiam a Natacha, a escolha desesperada e forçada que ela havia feito. A dor era como uma faca cravada em seu próprio peito, tremendo, mas ainda assim impulsionada pela própria mão.
Natacha sorriu com tristeza, os olhos fixos em Joaquim, e disse com amargura:
- Eu nunca vou pedir desculpas! Rafaela mereceu isso, assim como você. Eu amaldiçoo vocês dois, que nunca encontrem a felicidade!
Virando-se rigidamente, ela deixou o local sem hesitação aparente. O coração de Joaquim batia descompassado de raiva, a têmpora latejava com intensidade. Ele imaginara que, ao descobrir a verdade, Natacha se mostraria arrependida, incapaz de suportar o peso da culpa. Ele até havia imaginado como consolá-la. Agora, porém, percebia o quão enganado estava. Nunca conhecia realmente Natacha. A imagem que tinha dela como uma pessoa gentil e compassiva desmoronava diante de seus olhos.
Rafaela, sentindo-se triunfante, escondia sua satisfação enquanto comentava com falsa hesitação:
- Joaquim, você vai atrás dela? Ela parecia muito furiosa.
- Não irei. - Respondeu Joaquim com voz gelada. - Que direito ela tem de ficar furiosa? Foi o pai dela quem causou tudo isso!
A percepção de Natacha como alguém irracional e venenoso transformava completamente sua visão sobre ela. Sentia-se ludibriado, como se uma venda tivesse sido retirada de seus olhos.
Portanto, ele se sentiu um pouco culpado ao dizer a Rafaela:
- Não leve a sério o que Natacha disse agora pouco. Provavelmente, ela estava dominada pela raiva. Na verdade, é compreensível que você não queira perdoar o pai dela pelo dano que causou a você. Eu entendo.
Aproveitando a oportunidade, Rafaela disse com uma expressão de gratidão e esperança nos olhos:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...