Com uma fisionomia inescrutável, Alexander observava a mulher que exibia toda a sua sensualidade.
― Entre, mon coeur! ― Esboçou um sorriso bem alinhado. Levantou do sofá e pegou a taça de vinho branco. ― Sente-se!
Fez um gesto para a poltrona de estofado bege e ofereceu a taça.
― Onde está a Marcelly?
― Ela foi passear no parque com o avô.
― Por que você não me avisou?
― Estou com pressa, Josephiné! ― Rejeitou a bebida.
Virou o rosto para o outro lado quando ela chegou mais perto e tentou beijá-lo. Tentou se convencer de que ela não era atraente. Precisava resistir ao fruto proibido.
Josephiné desfilou graciosamente enquanto a alça fina da camisola caía pelos ombros. Deitou de lado sobre o sofá curvo enquanto acariciava as pernas e puxava o tecido de seda lentamente
― Vamos conversar um pouco, mon amour!
― Eu sei bem o tipo de conversa que você quer ter.
Os cílios castanhos ocultavam os olhos que a fuzilavam. Aquela bela mulher representava uma ameaça ao relacionamento.
― Você não precisa ser tão casto, chéri!
Deslizou os dedos magros pelo colo dos seios.
― Sua esposa não precisa saber!
A jovem francesa passou a mão pela barriga bem devagar e soltou um gemido ao pousar no monte de Vênus. Arqueou as costas enquanto tocava na parte molhada e mostrou um sorriso malicioso. Roçou o dedo pelos mamilos rosados, empinou e exibiu um dos seios firmes.
O telefone vibrou no bolso da calça lisa preta, quebrando o feitiço sensual da mulher que se exibia à sua frente. Alexander girou os calcanhares e recuou até a porta do elevador. Tirou o iPhone do bolso e atendeu de imediato.
― Aqui é o doutor Bittencourt! ― Coçou a nuca.
Ele se afastou quando sentiu a carícia em suas costas. Mirou-a com um ar severo. Josephiné estava completamente nua. Alexander esticou a mão e apertou o botão mais de uma vez.
― Vocês acharam a Joanna? Que notícia maravilhosa!
As linhas que costumavam vincar a testa suavizaram.
― Sim, é o meu filho! Eu vou buscá-lo, obrigado!
Tocou no display do aparelho e encerrou a ligação.
― No fim de semana, eu volto para ver a minha filha ― disse, com uma voz fria.
Alexander ergueu o rosto assim que a porta do elevador abriu. Encarou o homem que segurava um buquê de rosas e uma caixa branca com um belo laço de fita vermelha.
― O que está acontecendo aqui?
David olhou para a mulher que correu até o canto da sala. Josephiné se cobriu com um roupão floral elegante e fechou o cinto.
Respirou fundo, tentou ser o mais natural possível. Ligou a ignição e saiu do estacionamento.
― Rosa acabou de avisar que a minha tia está na delegacia. Você disse que falaria com o delegado.
― Meu amor, calma!
Encostou o cotovelo no volante e esfregou os dedos esguios na testa assim que parou no sinal.
― Você prometeu, Alexander!
― Deixa eu falar, porra!
Seguiu pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana quando o sinal abriu. Mexeu nos óculos e chocou o punho fechado contra a buzina para apressar o carro que estava à frente
― Merda! ― Irritou-se ao notar que Nicole desligou.
Tudo desabava sobre ele como uma avalanche, a separação, a gravidez, o sequestro de Nicole e agora o reencontro com o filho que acreditava estar morto.
Procurou uma vaga no estacionamento perto da delegacia e encostou a cabeça no volante. Precisava manter o foco nas coisas mais importantes que tentaram roubar de sua vida.
Saiu do veículo e seguiu apressado até o departamento de polícia, os olhos reluziam assim que ele espiou através do vidro. Contemplou o menino um pouco mais baixo que Alex, cabelos tão ruivos quanto de seu avô Rodolpho e olhos verdes como uma azeitona madura.
Falou com advogado sem tirar os olhos do filho, o coração bateu mais forte quando viu o pequeno Rodolpho encolhido no canto daquela sala cheia de brinquedos e com diversos desenhos de personagens da Disney nas paredes. O menino brincava com um boneco do Super-Homem enquanto conversava com uma assistente social.
Copyright © 2.021 por Ana Paula P. Silva
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