Cada palavra atingiu Patricia em cheio, fazendo-a sentir um frio nos membros e um aperto no coração, como se fosse uma cebola sendo descascada camada por camada, prestes a revelar seu núcleo escuro.
O tal flagelo veio do exterior, era sino-americano, sem qualquer ligação aparente com o filho de Gabriela.
O garoto acabou tornando-se um tolo, raptado por traficantes e vendido, desaparecido até hoje, provavelmente com poucas esperanças de um final feliz.
Então, definitivamente, o flagelo não era o filho dela.
Seria apenas uma coincidência elas se parecerem tanto?
Ela respirou fundo, forçando-se a permanecer calma.
"Não fale sem saber, eu, a matriarca da família Fonseca, precisaria prestar atenção naquela mulher? Meu desgosto por você se deve apenas à sua falta de integridade e moral, uma mulher casada que flerta descaradamente por aí, sem nenhum senso de decência ou vergonha."
Mesmo que fosse coincidência, ela a detestava, e só de ver aquele rosto, sentia um calafrio.
Denise riu sarcástica: "Por acaso você me viu seduzindo o presidente Fonseca? Meu relacionamento com ele é limpo e honesto, como você consegue distorcer isso para sedução? Quer que eu seduza de verdade para você ver?"
Patricia a encarou furiosamente: "Não se esqueça, Márcio também é um homem casado. Enquanto minha nora estiver aqui, não espere ser a esposa de Márcio."
Denise não pôde evitar uma risada.
Será que sua nora e eu não somos a mesma pessoa?
"O presidente Fonseca está decidido a se divorciar, a posição dela como esposa oficial não vai durar muito" - ela provocou intencionalmente.
Patricia resmungou: "Comigo aqui, esse divórcio não vai acontecer."
"Então, desejo-lhe sorte com isso."
Denise sorriu e entrou no cubículo.
Se ela soubesse que era de fato sua nora, provavelmente morreria de raiva.
No quarto, Helena saíra para atender uma ligação, restando apenas Bruno e seu filho.
Bruno degustou um pedaço de pepino-do-mar e soltou, inesperadamente: "Você já se apaixonou?"
A ironia de ser visto como um substituto por Gilberto não lhe escapou, uma situação patética e risível.
Bruno conjecturou que Gilberto já deveria saber da identidade de Denise, aquele rosto era a prova.
"Por que você acha que ela é uma substituta, e não a principal?" - ele perguntou baixinho, mantendo a conversa entre eles.
Márcio estremeceu, surpreso: "Você também acha que ela é...?"
Bruno deu-lhe um tapinha no ombro: "Se você acha que ela é adequada, agarre-a antes que ela volte para a família Machado, senão perderá sua chance. Se realmente não gosta dela, esqueça o que eu disse."
Ao ouvir isso, Márcio sentiu-se ainda mais irritado.
Cega e estúpida, tomou-o como um substituto, ele odeia tudo tarde demais, como ele podia gostar dela?
Você sabe o que é gostar de alguém?
Bruno estava ansioso para fazer uma pergunta, mas, ao ver Helena retornar após encerrar uma ligação, ele se conteve.
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