Dora tinha sido assistente de Anderson por tantos anos que um simples gesto dela já era suficiente para compreender o que ele queria.
O documento estava em ordem.
Ela deu um passo à frente e pegou o documento, inclinando-se ligeiramente em direção a Anderson.
"Então, Sr. Rocha, eu vou embora agora".
Anderson nem sequer olhou para ela.
Dora saiu com o documento e, ao fechar a porta, ouviu a voz de Nayara: "Anderson, a parceria conosco não vai deixá-lo na mão...".
Parceria.
A família de Nayara era rica, então não era surpresa que ela estivesse fazendo negócios com Anderson.
No entanto, Dora não tinha o hábito de ficar escutando.
Ela fechou a porta e saiu.
Nadia estava esperando na área de trabalho de Dora e, quando finalmente a viu sair, aproximou-se rapidamente, perguntando ansiosamente: "Como foi, como foi? Dora, por que você demorou tanto para sair? Teve algum problema?"
Dora lhe entregou a pasta: "O conteúdo está ótimo. Leve-a com você para fazer cópias, lembre-se de fazer trinta e três cópias, e as três extras são para circunstâncias imprevistas. Além disso, prepare a sala de reuniões".
Ela deu instruções detalhadas, temendo que qualquer descuido da parte de Nadia pudesse irritar Anderson.
Talvez pelo fato de terem conversado sobre Mirela pela manhã, o humor de Anderson não estava dos melhores hoje.
Era melhor que Nadia não se precipitasse e acabasse se tornando uma vítima.
"Ah, é claro." - Nadia sempre seguia à risca o que Dora dizia.
Segurando sua pasta, ela deu a Dora um sorriso particularmente grande.
"Ai, ai…" - Vendo que Dora recusou, Nadia piscou.
Ela não era ingrata.
Ser poupada de maus tratos por funcionários mais antigos durante um estágio em uma empresa já era sorte grande, que dirá ter alguém para ajudá-la desde o início, resolvendo seus pequenos descuidos, permitindo que ela completaria seu período de experiência sem nenhum erro grave e seria contratada com sucesso.
Nadia sabia muito bem como Dora tinha sido boa para ela, então, mesmo sabendo que Dora ganhava mais e vivia melhor, ela ainda insistia em pagar pelo jantar.
Mas como Dora não queria ser convidada, ela teria de... encontrar outro motivo.
Nadia se agachou na frente de Dora, apoiando-se na mesa com as mãos e olhando para Dora com o olhar de um filhotinho.
"O convite é um dever, afinal, você me ajudou muito. Por coincidência, fiquei sabendo por um colega da universidade que um novo restaurante, o Salmão na Brasa Grill, abriu na Rua das Mangueiras Floridas. Eles estão fazendo uma promoção: se você gastar 100 reais, ganha 50 de desconto, bom e barato. Então pensei em experimentar".
Antes que Dora pudesse responder, Nadia continuou, fazendo uma piada: "Se eu for sozinha, não posso gastar mais de 50 reais, então vou acabar gastando mais de 50 sem aproveitar o desconto. Mas se você for comigo, Dora, com nosso apetite, com certeza gastaremos 100 reais e ainda comeremos bem. O mais importante é aproveitar o desconto! Gastando 100, com um desconto de 50, arredondando, eu gastaria apenas 50 reais. Assim, além de saborear um bom churrasco, posso agradecer por tudo o que você fez por mim, matando dois coelhos com uma cajadada só!"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sepultando Nosso Amor com Minha Morte
Acho que não e o fim Do jeito que e tenho para mim que Dora está viva ainda...
Acabou no 318 um fim sem sentido...
Estou a adorar , não páre pf...
Não tem continuação?...