Anderson esticou a mão e tocou o rosto de "Mirela", não proferiu uma palavra sequer e levou "Dora" que estava ao lado, consigo.
Entrou sem fazer ruído e saiu da mesma forma.
Dora jamais saberia que Anderson havia voltado, e desconheceria que Anderson lhe trouxera uma "Dora".
Às vezes, o que se perdia também era uma forma de destino.
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Após aquele dia, Anderson e Dora, exceto pela convivência na empresa, nunca mais se encontraram.
Na empresa, ele continuava a ser o distinto Sr. Rocha, e ela, a incansável trabalhadora mencionada pelos colegas.
Entre eles, o único assunto era o trabalho, sem espaço para qualquer envolvimento pessoal.
Anderson se mantinha ocupado com projetos, e Dora o acompanhava, manobrando entre altos executivos em jantares regados a bebidas fortes de diversas marcas, bebendo até vomitar e voltando a beber após cada episódio.
Havia questões que permaneciam sem resposta, independentemente do tempo dedicado à sua procura.
A insistência apenas resultava em tempo desperdiçado.
O relacionamento entre os dois sempre foi complexo, oscilando entre a formalidade de uma hierarquia empresarial, a intimidade questionável e até a hostilidade.
Por momentos, era difícil definir com precisão a natureza dessa relação.
Ele não conseguia perdoá-la por ter abandonado Mirela, portanto, não a deixaria em paz.
Ela, por sua vez, buscava redenção, tentando aliviar o peso da culpa que carregava.
A família Rocha e Mirela haviam sido incrivelmente bondosos com ela, especialmente quando a resgataram da profunda dor causada pela perda dos pais.
Proporcionaram-lhe calor e amor.
Se dizia que devolver dinheiro era uma obrigação moral, e ela devia à família Rocha uma dívida de gratidão que precisava ser saldada.
………………………
No fim de semana, Dora estava de folga.
"Nossa universidade mudou bastante nos últimos anos, especialmente na área de paisagismo. Olhe só…"
"Sim, realmente mudou bastante."
O dia estava em festa, com decorações, balões e faixas por toda a parte, celebrando o centenário da instituição.
Dora havia completado 23 anos recentemente, mas já estava formada há vários anos, se destacando dos colegas que apenas agora concluíam o curso.
Enquanto conversavam sobre o trabalho, Dora respondia com paciência a todas as perguntas da professora.
A Professora Barbosa então levou Dora ao corredor da fama da universidade, onde, a cada intervalo, havia um quadro.
Dora conhecia bem o corredor da fama da Universidade Sol d'Amazônia, onde apenas os graduados mais distintos eram homenageados.
Não reconhecia os rostos das primeiras fotografias, pessoas que haviam se formado há muitos anos.
Quando seus olhos pousaram em um dos quadros, ela parou, fixando o olhar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sepultando Nosso Amor com Minha Morte
Acho que não e o fim Do jeito que e tenho para mim que Dora está viva ainda...
Acabou no 318 um fim sem sentido...
Estou a adorar , não páre pf...
Não tem continuação?...