O câncer, esse demônio tão terrível, como ele poderia deixá-la enfrentá-lo sozinha.
Ele queria estar ao seu lado, não importava o resultado, ele tinha que estar lá.
"Não se preocupe com a empresa, contratei profissionais para cuidar dela nesses últimos dois anos, não ir até lá não vai afetar nada, posso resolver algumas questões importantes online ou por telefone."
Gustavo falou em tom incontestável: "Está decidido, então. Sua mãe ainda está dormindo, não posso me ausentar agora, e quando ela acordar, menos ainda. Depois do almoço, vá até em casa e traga a empregada, sua mãe não gosta de comida de restaurante, deixe a empregada cuidar da alimentação dela."
"Claro." - Célio concordou com a cabeça.
A conversa entre os três terminou ali, e o silêncio se restaurou.
Anderson estava sentado, olhando para a caixa de almoço com arroz que nem sequer tinha aberto.
Célio e Gustavo, ambos com a cabeça baixa, comiam sem apetite.
Os problemas com Mirela não haviam sido resolvidos, e agora Aline também estava em apuros.
As pressões se acumulavam uma após a outra sobre eles, deixando-os sem fôlego, sem qualquer vontade de comer.
Célio brincava com o arroz, engolindo-o de forma mecânica.
"A primeira vez que vi sua mãe foi em um campo cheio de girassóis..." - Gustavo começou a falar, sua voz carregada de nostalgia.
"..."
"Plact." - Anderson acendeu outro cigarro, a fumaça ocultando seu rosto, suas expressões invisíveis.
Desde que souberam do câncer de Aline, apenas algumas horas haviam se passado, mas Anderson já estava quase terminando um maço de cigarros.
Célio, que já não tinha apetite, levantou a cabeça ao ouvir seu pai falar.
Gustavo continuou com os olhos baixos, fixos em seu prato de arroz, palavra por palavra.
"Ela estava vestida com um vestido amarelo claro, parada entre os girassóis, com um chapéu de palha na cabeça, mais bela que as flores."
"Eu me aproximei para puxar conversa e disse: Meu nome é Gustavo, e o seu? Ela hesitou por um momento, depois me deu um sorriso gentil, corando."
Van Gogh disse uma vez:
There is a fire in the heart of everybody, passing people only see the smoke.
Começar com qual é o seu nome, e então ter tudo.
Gustavo abaixou ainda mais o olhar, sua voz ficando cada vez mais baixa: "Se ela se for, o que eu vou fazer..."
Quando sua filha teve problemas, mesmo sofrendo, ele se manteve firme, pois era o pilar da casa, e não podia cair.
Se ele caísse, a casa também cairia.
Mas agora...
Gustavo não ousava pensar no que faria se sua esposa se fosse, o que ele poderia fazer...
Diziam que o amor de um pai era sutil, eles não cuidavam dos detalhes como as mães, mas quando você estava cansado e olhava para trás, percebeu que o pai sempre esteve lá.
Eles não eram bons com palavras, mas mostravam seu amor através de ações.
Talvez não tivessem muito tempo para passar com a esposa e os filhos, porque eram o pilar da família, trabalhando duro por ela.
Mas agora... o pilar da família Rocha estava com a cabeça baixa, tentando se controlar, com os ombros tremendo, chorando contido.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sepultando Nosso Amor com Minha Morte
Acho que não e o fim Do jeito que e tenho para mim que Dora está viva ainda...
Acabou no 318 um fim sem sentido...
Estou a adorar , não páre pf...
Não tem continuação?...