As palavras do homem penetraram no coração de Dora como agulhas de gelo, deixando-a arrepiada de frio.
Ela o encarava fixamente, incapaz de discernir seus traços no escuro, apenas suas silhuetas vagamente visíveis.
Abriu a boca, tentando dizer algo, mas no final, não conseguiu pronunciar uma única palavra.
Nenhum dos dois voltou a falar, e a atmosfera ao redor se tornou ainda mais fria e tensa.
Depois de um tempo indefinido, Anderson se endireitou, substituindo a mão que apertava seu queixo por uma carícia em seu rosto.
No entanto, os gestos de Anderson não eram suaves; seus dedos roçavam com força em suas bochechas, deixando a pele delicada de Dora avermelhada pela fricção.
Sua voz era profunda, carregada de um distanciamento frio e insensível.
"Eu não gosto que outros toquem nas minhas coisas, nem mesmo por um instante."
Ao lembrar do rosto dela enterrado no peito de Silas, Anderson desejou poder imediatamente limpar o rosto dela com desinfetante.
Só parou de esfregar quando as bochechas de Dora estavam vermelhas e quentes.
Lentamente, sua mão desceu, seguindo pelo braço dela até encontrar sua mão, entrelaçando seus dedos.
"Incluindo estas mãos, também não quero que você toque outros homens, a menos que queira lavá-las com um frasco inteiro de sabonete."
Seus lábios roçaram o ouvido dela, sua voz suave e leve, com um toque de ameaça gentil.
Soltando a mão dela, Anderson a acariciou um pouco mais acima, tocando sua cintura, e não pôde evitar pensar na mão de Silas que a protegia, visivelmente incômoda naquele lugar.
"E aqui também." - Ele fez uma pausa, sua voz permeada por um desejo possessivo intenso: "Também é meu."
A razão de Anderson já havia sido completamente ofuscada pelo ciúme, e seu estado aparentemente calmo era ainda mais aterrorizante do que sua histeria.
Dora foi atormentada a noite toda até que Anderson, finalmente, mostrando alguma misericórdia, permitiu que ela descansasse.
Antes de cair em um sono profundo, ela mal conseguiu perceber que já estava amanhecendo.
Ela dormiu profundamente, como se até o fim dos tempos, e só depois de muito tempo Dora conseguiu abrir os olhos confusamente.
Olhando para o teto, se fixou na luz por um tempo indefinido, em silêncio.
Sem saber quanto tempo havia passado, ela finalmente desviou o olhar, tentando se levantar para se lavar.
Mal movendo a mão, se sentiu como se tivesse corrido vinte quilômetros, todo o seu corpo estava dolorido e fraco, e tudo parecia não lhe pertencer, como se estivesse flutuando no espaço.
Tentando se sentar, descobriu que era impossível, sentindo todo o corpo dolorido e fraco com o menor movimento.
Ela ergueu a mão, mas apenas um pouco antes de perder a força, deixando-a cair novamente enquanto continuava olhando para o teto, respirando profundamente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sepultando Nosso Amor com Minha Morte
Acho que não e o fim Do jeito que e tenho para mim que Dora está viva ainda...
Acabou no 318 um fim sem sentido...
Estou a adorar , não páre pf...
Não tem continuação?...