Senhora Rebelde e Senhor Submisso romance Capítulo 47

Miguel fingiu não ouvir, deu um passo largo para fora e encontrou Luiza à porta do clube.

Ela estava sentada na calçada, perdida em pensamentos, fixando o olhar no canteiro de flores.

Miguel se aproximou.

Luiza ergueu o olhar.

Então, seu pulso foi agarrado por Miguel, que, sem proferir uma palavra, a levou consigo.

Luiza, atônita, indagou:

- Miguel, o que está fazendo?

- Vamos para casa. - Respondeu ele, sucintamente, acomodando ela no carro luxuoso e partindo em direção à casa ancestral.

Durante todo o trajeto, Luiza se manteve calada.

Chegando à casa ancestral, ambos permaneceram em silêncio. Luiza pegou suas roupas, se dirigiu ao banheiro para tomar banho e o fez em silêncio.

Após o banho, ela avistou Miguel atendendo a uma chamada.

Provavelmente era Clara, pois Miguel disse ao telefone:

- Não vou mais.

Luiza, com o coração apertado, fingiu não ouvir e se aconchegou sob os cobertores para dormir.

Tudo aquilo já não lhe dizia respeito.

Ela deveria tratá-lo como um estranho, sem se importar.

Pouco depois, a luz principal foi apagada, Miguel encerrou a ligação, se aproximou e a cama afundou levemente ao seu lado enquanto ele, se despojando de suas vestes, se deitava ao lado dela.

Seu hálito exalava frescor de cedro.

Luiza se sentiu desconfortável, se encolhendo instintivamente na beira da cama e se virando de costas para ele.

- Yago ligou há pouco, disse que você ganhou 2,1 milhões esta noite. - Comentou Miguel, fitando as costas dela.

Então a ligação era de Yago.

Luiza apenas assentiu.

Miguel pegou o celular:

- Ele transferiu o dinheiro para mim, vou repassar a você.

- Não é necessário, vocês têm um departamento de design arquitetônico. O que eu faria lá? Miguel, obrigada por cuidar de mim antes, mas não é mais preciso.

Ela não queria mais ser vista como dependente de Miguel.

Ela disse:

- Theo quer fazer uma parceria comigo. Vi as notícias sobre ele esta noite e acho que é sensato, provavelmente não é um desses vigaristas.

Naquele instante, decidiu fazer parceria com Theo.

Mas, ao ouvir o nome "Theo", o rosto de Miguel gelou e ele a puxou bruscamente para si, olhando ela de forma sombria:

- Já te disse que não existe almoço grátis. Se ele está oferecendo condições tão vantajosas, certamente há um motivo.

- E se ele gostar de mim? - Luiza se virou, sorrindo maliciosamente para ele. - Talvez um dia eu queira namorar, e aí posso experimentar com ele.

Miguel empalideceu:

- Teria coragem? - Encarando ela com um olhar gélido, ele disse. - Você ousaria me fazer de corno?

- Você mesmo não me traiu? - Luiza manteve seu sorriso, fitando o rosto frio dele. - Você engravidou a Clara e ainda tem a audácia de me acusar.