Segunda Chance(Completo) romance Capítulo 24

Vanda olhou com interesse para Jessy, a qual mantinha a sua atenção nos documentos a sua frente. Ela estava organizando-os por assunto e quando já estava se levantando da mesa avistou Luiza saindo da sala de Valentin. Olhou para a mulher com postura elegante indagando-se quem ela poderia ser. Meneou a cabeça diante desses pensamentos e logo se viu indo em direção a sala de arquivos. A cada instante ela se via perdida em meio ao jogo de Valentin, sem que ao menos se desse conta disso.

–Ele é realmente cruel – Vanda sussurrou consigo mesma ao ver a expressão de Jessy.

***

A parte administrativa do hotel encontrava-se vazia e silenciosa. Apenas uma pessoa trabalhava sem importar-se com a pouca luz. Jessy encontrava-se digitando alguns contratos que não conseguira fazer mais cedo. Vanda já tinha ido embora e apesar de estar sozinha, ela não se sentia não solitária naquele andar. Sua atenção estava voltada para os documentos a sua frente e nem por um segundo passou pela sua mente estar sendo observada. Escondido pela penumbra, Valentin, olhou para Jessy de longe por alguns minutos. Ele não se recordava de tê-la visto trabalhando quando saiu. Cruzou os braços em frente ao seu corpo ao observá-la tão concentrada. Percebeu o modo como suas sobrancelhas franziam ao ler algo que não entendia, o modo como seus dedos teclavam rapidamente e percebeu o seu olhar. O olhar entristecido que tanto o encarava imerso em recordações. Continuou a olhando ate vê-la se espreguiçar e fazer uma careta ao se levantar da cadeira. Sem fazer barulho, Valentin saiu se dirigindo para as escadas.

–Esta tudo pronto – Jessy disse a si mesma ao pegar a sua bolsa, desligar o computador e sair indo em direção ao elevador. Seu corpo doía e seus olhos ardiam devido ao sono. Passou pelo saguão com a cabeça erguida. Já estava saindo do hotel quando estancou. Olhou para fora vendo o carro de Valentin parado na entrada. Tentou ignorá-lo ao sair, entretanto assim que colocou os pés para fora, escutou a buzina. Ela não precisou olhar para trás para saber que era ele. Fingiu não ter escutado e continuou a caminhar, mas antes que pudesse atravessar a pista, ele parou o carro em sua frente obstruindo a passagem dos outros carros.

–Entre – ele falou ao abaixar o vidro do carona e olhar para ela. Ele percebeu a hesitação dela e sorriu ao escutar as buzinas atrás de si. Viu a confusão no semblante dela e por fim a resignação quando ela abriu a porta do carro, sentando-se ao seu lado. – Não me recordo de ter lhe pedido para ficar ate tarde.

–Tinha algumas coisas fazer, Sr Magno.

–Formalidades? – sorriu encantador – sabe que não precisamos disso fora do hotel. Onde mora?

–Pode parar o carro aqui – falou ao avistar um ponto de ônibus próximo.

–Mas aqui não tem nada. – murmurou ao estacionar o carro olhando em volta.

–Eu sei – falou séria. Já estava abrindo a porta quando percebeu estar travada – pode abrir, por favor?

–Não entendo porque insiste nisso – falou ao escutar os pingos de chuva que começavam a cair. – estou tentando ser gentil com você – sua voz transbordava gentileza, entretanto o seu olhar era o reflexo de sua frieza.

–Talvez eu não queira a sua gentileza. Já parou para pensar nisso? – indagou ao encará-lo – abra a porta, sim?

–Muito bem, irei destravar, mas com uma condição.

–Qual?

–Prometa-me que não irá tentar me afastar tanto assim.

–Esta brincando comigo? – perguntou incrédula.

–Levando em conta que deixei tudo de lado, não, não estou brincando – falou sério segurando o sorriso ao ver a expressão confusa dela. “É mais fácil do que eu pensava seduzi-la” pensou ao olhar para o rosto dela.

“Ele é mesmo quente” pensou ao senti-lo apertar a sua mão contra dele. Assim que adentraram no consultório, Jon fechou a porta, retirou o seu jaleco e foi ate um armário, de onde retirou uma toalha. Parou em frente a ela e lhe entrou.

–Vou procurar algo que dê para vestir – disse ao se dirigir para a porta, sendo impedido pela voz dela.

–Não precisa – falou ao enxugar o cabelo e em seguida passar a tolha pelo seu corpo, sem importar-se pelas suas roupas estarem molhadas. – eu já vou de qualquer forma.

–Jessy.. se quiser, pode conversar comigo – a olhou carinhosamente e sorriu diante do modo acanhado dela. – Sabe que estou aqui para lhe escutar e ser.. um amigo.

–Sim – assentiu acanhada ao sentar-se na poltrona. – eu.. só estou ficando confusa. Cada dia que passa é realmente ruim.. estar sozinha. – disse sem perceber a aproximação dele. Jon abaixou-se ficando com os rostos próximos.

–Não está sozinha, não mais. Estou aqui e seu pai também. Sempre que quiser conversar, eu estarei disponível e também para encontros, não se esqueça – falou sorridente. Viu o sorriso surgir em seus lábios e antes que percebesse ambos se encaravam sem dizer nada. Jon sabia que iria se arrepender, mas não conseguiu controlar-se. Olhar para os olhos dela era como estar hipnotizado. Ele fez apenas o que seu corpo mandou. Olhou para os lábios dela tentando ver uma forma para se afastar, mas não conseguiu. Em um ímpeto a beijou. Jessy assustou-se primeiramente, todavia ao sentir lábios tão gentis sobre os seus, fechou os olhos. Beijar Jon era como estar em um jardim repleto de flores. Era calmo, era belo e tranquilo. Beijaram-se, entregando-se ate ele se afastar com a culpa em sua face.

–Me desculpe – murmurou ao se levantar e a encarar esperando alguma reação.

–Esta...tudo bem – murmurou ao levar o dedo aos lábios. Olhou para ele confusa, depositou a toalha sobre a poltrona e se levantou – eu..tenho que ir. Obrigada.. pela..toalha – sua voz denotava a sua confusão assim como o seu semblante. Antes que Jon pudesse falar alguma coisa ela saiu de sua sala deixando-o ainda mais culpado consigo mesmo. – Isso... foi realmente diferente – Jessy murmurou consigo mesma. Ela não conseguiu deixar de comparar o beijo de Jon e o de Valentin.

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