Segredos do amor romance Capítulo 99

“Nada.” Victoria sorriu para o homem e encolheu os ombros. “Tudo que fiz foi olhar para o assunto a partir da sua perspectiva. Agora entendo por que me culpa. É por causa do amor e atração que sente por ela.”

Arthur manteve os olhos fixos em Victoria enquanto ela falava. “E?”, ele apertou a mandíbula, sua expressão ficou sinistra.

“Quer dizer, entendo que ela vem antes de tudo em seu coração.” Victoria fez uma pausa breve e acrescentou: “Acho que faria a mesma coisa se estivesse em seu lugar.” Nunca havia enfrentado uma situação terrível da qual precisasse ser resgatada, assim, nunca experimentou o desespero e a falta de esperança. Tudo o que podia fazer era colocar-se no lugar dele, embora não fosse capaz de sentir as emoções que ele sentia. Por fim entendeu por que foi fácil para Arthur se apaixonar por alguém que o salvou em uma situação de vida ou morte.

O homem olhou para Victoria infeliz. “O que você faria? Estava convencida de que eu a culparia, não é?”

Victoria manteve a cabeça baixa, seus olhos estremeceram por algum motivo. “Não importa.” Porque o que importa é que entendi tudo. Devia saber que isso ia acontecer. Se ainda tivesse sentimentos por este homem, não sentiria mais nada depois do que aconteceu ontem. Victoria sentiu-se surpreendentemente calma depois de um dia inteiro passeando. No fundo, a única coisa que queria fazer era deixá-lo quando sua avó fizesse a cirurgia.

“Sério?” Arthur vislumbrou as roupas novas que Victoria havia comprado e o brilho agitado em seus olhos desapareceu aos poucos. “Tudo bem, então, esqueça, já que não importa. O que mais posso fazer além de esquecer e seguir em frente?

Victoria continuou ali parada por alguns instantes, mas quando olhou para cima mais uma vez, Arthur não estava em lugar nenhum, então saiu com o cesto de roupas.

Desde então, Arthur e Victoria passaram a se entender de uma maneira que nunca haviam feito antes. Enquanto ele se comportava com indiferença e não mencionava uma única palavra sobre o que aconteceu no dia da festa, Victoria voltou a agir como quando se davam bem antes de Claudia voltar do exterior. Pela manhã ela o ajudava a colocar a gravata; servia as refeições que faziam juntos; enchia a banheira para ele. Como agia como uma esposa atenciosa faria, pareciam o exemplo perfeito de um casal apaixonado para todos, incluindo o mordomo, que pensava que haviam se reconciliado.

Apenas Arthur sabia que aquilo era fingimento. Fingia tão bem que parecia uma atriz desempenhando um papel. Se não fosse pela decepção sempre presente em seus olhos, teria acreditado que haviam se reconciliado como todos os outros pensavam. Mais cedo naquele dia, Arthur vestiu um terno e pegou uma gravata, mas antes que pudesse colocá-la, ouviu a voz de Victoria: “A cor dessa gravata não combina com a sua camisa.”

O homem parou o que estava fazendo ao ouvir a voz dela e virou-se em sua direção. Quando não havia ninguém por perto, olhava para Victoria como se ela fosse uma estranha. A mulher, porém, não parecia se preocupar com isso quando se aproximou e escolheu outra gravata na gaveta. “Esta aqui combina mais.”

Quando ele pegou a gravata, Victoria segurou-a pela ponta e se ofereceu para ajudar a colocá-la. “Deixe que eu coloco.”

Arthur fixou o olhar na mulher e sorriu com sarcasmo. “Tudo bem.” Victoria caminhou até ele e ficou na ponta dos pés enquanto o ajudava com a gravata.

O homem se virou, olhou-a, e a questionou com um tom indiferente: “Está mesmo preocupada com a saúde dela? Ou tem medo que isso vá contra você, Victoria? Quer tanto assim se livrar de mim?” Victoria não soube o que dizer e Arthur continuou a provocá-la: “Foi Nathan da última vez, então quem será desta vez? Bruno?”

Como é que é? Victoria não podia acreditar que tivesse mencionado Bruno de forma sugestiva. Nathan foi o homem com quem seu pai tentou juntá-la certa vez, podia entender por que Arthur pensaria nele, mas não conseguiu entender por que arrastaria Bruno para a discussão. Foi por causa do abraço naquela noite no bar? Mas Bruno explicou tudo, não foi? Que egoísta! Está bem, isso não é da minha conta, porque vou embora em breve. Não há necessidade de perder tempo com essas questões de novo.

Victoria sorriu e disse: “Não há ninguém, mas se insiste em pensar assim, fique à vontade.”

Arthur ficou pasmo, o que indicava que ela havia acabado de encontrar a maneira certa de lidar com a mentalidade dele. Sem saber o que mais poderia dizer, não fez nada além de encará-la. Victoria continuou firme, pois não parecia se importar com o que lhe disse.

Arthur disse com frieza: “Não me importo com o que tem em mente, Victoria, mas, até onde sei, ainda é minha esposa. Portanto, seria interessante manter distância de outros homens para evitar boatos desagradáveis.”

“Boatos desagradáveis? Os boatos na empresa não são todos sobre você? Aqui está um lembrete gentil — se não quer que esses boatos cheguem aos ouvidos de sua avó, também seria interessante manter distância de outras mulheres.”

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