Segredos do amor romance Capítulo 318

Demorou muito tempo até que Victoria conseguisse falar. “Ele não foi?”

Henry balançou a cabeça de modo solene. “Não.”

Victoria olhou para o chão em silêncio. Ele deve àquela mulher. Se ele não fizer o que ela quer, vai se colocar em perigo. Ainda assim, nada mudaria, mesmo que ele fosse.

“Uma tonelada de repórteres estava lá, pensando que iriam testemunhar o noivado do século apenas para relatar sobre um noivo desaparecido. Claudia ficou possessa. Foi deixada sozinha, e foi embaraçoso para ela e sua família. Porém, nenhum repórter conseguiu tirar fotos. E mesmo que tenham conseguido, os registros foram apagados.”

Victoria ficou um pouco curiosa. “Talvez tenha sido um acaso. Talvez não tenha havido a festa, só.”

Ela não podia acreditar que Arthur não compareceria à cerimônia. O fato de ele ter orquestrado um casamento de fachada com ela e ter se recusado a ter filhos com ela era tudo porque amava Claudia. Então não tem como Claudia ter lhe forçado a fazer nada. E é ainda mais impossível que ela não tenha conseguido o que queria.

“Foi o que todos pensaram, mas um repórter amigo meu disse que a decoração estava pronta e era linda. Eles não publicaram as fotos porque foram proibidos. Qualquer um que publicasse seria demitido, mas alguém pegou algumas fotos e as postou online. Elas viralizaram pouco antes de serem excluídas.”

“Algumas? Mais de uma?”

“Sim.” Henry sorriu. “Até eu vi. Ele tirou uma foto de Claudia, desapontada. Ela tinha um buquê nas mãos. Cara, ela parecia um gatinho abandonado. Que vergonha.”

“Você viu a foto?” Victoria estreitou os olhos. Ela não acreditava que tudo aquilo fosse verdade no início, mas o fato de Henry dizer que tinha visto uma foto mudava as coisas. Então ele não compareceu à cerimônia.

“Não entendi mesmo por que você disse que o Sr. Cadogan gosta de alguém. Nunca o vi sair com ninguém. Talvez ele só queira te ajudar a criar seus filhos. Ou talvez...” Henry parou por um momento e trocou um olhar com ela. Então perguntou: “Por que você se divorciou para começo de conversa, chefa? Foi algum um mal-entendido, talvez?”

Mal-entendido? Victoria riu com escárnio. Não existe mal-entendido nenhum. Foi ele quem começou o com os abusos emocionais, e… Por alguma razão, Victoria ficou frustrada. Ao perceber que Henry tentava dizer algo, ela interrompeu: “Chega. Não existem mal-entendidos, sei que não.” É complexo demais para ser explicado como mal-entendido.

Henry percebeu que Victoria devia ter sido lembrada de algo ruim, então ele coçou o nariz. “Vou parar, mas me ligue se precisar de alguma coisa. Estou indo.”

“Sim, claro.” Uma vez que Henry se foi, Victoria sentou-se em sua cadeira, encostou-se e fechou os olhos. Parecia exausta. E daí que ele não se casou? Foi ao leilão com ela. Pareciam um casal perfeito. Podiam não estar juntos naquela época, mas não havia como não estarem pelo menos namorando agora. Se ele tentar tirar meus filhos de mim, vou acabar com ele.

‘Só não leve as crianças. Por favor.’

Sua mensagem ficou sem resposta por muito, muito tempo, e Victoria franziu a testa. Ele leu? Ele fez o que eu disse? Victoria achava que não. Algo estava errado, já que Arthur não era o tipo de pessoa que desistiria tão fácil. Ainda estava preocupada. Faltavam quinze minutos para o fim do expediente, mas ela não se importava. Victoria arrumou suas coisas e partiu.

Ao mesmo tempo, xingou Arthur por fazê-la sair do trabalho mais cedo. Já estava ficando frequente. Ela então recebeu outra mensagem. ‘Estamos no carro agora. A caminho de casa.’

Que desgraçado! Victoria cerrou os dentes. Estava prestes a ligar e perguntar o que ele estava pensando quando ele mandou uma mensagem: ‘Se vai me ligar, certifique-se de não gritar. As crianças estão ao meu lado.’

Victoria estava sem palavras e irritada, mas não podia fazer nada a respeito para que seus filhos não ficassem assustados. A mensagem frustrou sua ideia de ligar para ele. Até parece que ele vai deixar as crianças em paz seu eu ligar. Ligar é inútil. Ele quer tirá-las de mim. Ela parou com as mensagens e foi ao encontro dele.

Enquanto descia, muitos pensamentos passaram por sua cabeça. Por que não continuo aqui trabalhando e, em vez disso, mando as crianças para o exterior? Elas vão para outra escola e meu pai pode cuidar delas. Ainda assim, eu estaria ausente, e eles cresceriam sem o pai e a mãe, mas prefiro isso do que ver Arthur levá-los.

Ela decidiu-se. Uma vez que conseguisse as crianças de volta, ia comprar as passagens de avião e enviá-las para o exterior.